Andrés Jarlán. Chile, †1984.
Sacerdote misionero, muerto por una bala disparada por policías mientras leía la Biblia en la población La Victoria, en Santiago de Chile. Llegado a Chile hace apenas un año y medio.
Andrés, con otro sacerdote, vive en la población de La Victoria, al sur de Santiago, en una casa de adobe y madera. Allí se entrega, con paciencia y alegría, a los niños, a los jóvenes y a los más necesitados: los drogadictos, los desempleados, los sin casa. Este día es particularmente triste en La Victoria.
Desde temprano, los pobladores enfrentan a los carabineros, que matan a Hernán Barrales, un muchacho del barrio. Los sacerdotes socorren a los heridos, consuelan, animan. Al atardecer, Andrés aprovecha un momento de calma para subir a su cuarto y rezar. Está sentado, con la Biblia abierta, cuando dos balas atraviesan las paredes y una de ellas penetra su cabeza, que se reclina silenciosamente sobre el Salmo: "Desde el fondo del abismo clamo a Ti, escucha, Señor, mi voz. Atiendan tus oídos mi súplica." Andrés está pidiendo, sin duda, por su pueblo, por esos jóvenes que se apretujan en el piso bajo de la casa con una mezcla de miedo y rabia. Cuando el otro sacerdote, Pedro Dubois, baja a contarles que Andrés ha muerto, el dolor se transforma en valentía y La Victoria es una tea luminosa, desafiante, casi triunfal de miles de velas encendidas en las ventanas, en las calles, en los techos. Andrés ha resucitado y ya nadie podrá quitárselo.
El 7, miles de pobladores lo llevan en hombros hasta la catedral para la eucaristía de despedida: "Andrés, hermano, tu entrega empieza a florecer con la fecundidad que Dios concede a los que dan la vida por amor", dice el arzobispo de Santiago.
André Joachim Jarlan Pourcel , 43 anos, padre de nacionalidade francesa, missionário a serviço do povo chileno na Paróquia do vilarejo de
La Victoria.
Nascido em
Rodez, França, em 16 de maio de 1941, foi ordenado sacerdote em 1968 e assessor da
JOC, na
França. Foi para o
Chile e trabalhou como vigário na Paróquia La Victoria, na Zona Sul de
Santiago, onde pode viver apenas 18 meses. Sua morte ocorreu em circunstâncias muito particulares, mas o seu martírio foi noticiado em todos os cantos do mundo e agora ele é reconhecido como um dos mártires do compromisso da Igreja pelos Direitos Humanos.
Na tarde do dia 04 de setembro, um grupo de jornalistas encontrava-se no cruzamento da Rua 30 de outubro com a Rua Ranquil, no vilarejo de
La Victoria (Santiago), cobrindo os acontecimentos de um protesto. Neste setor havia barricadas e fogueiras. Um grupo de policiais fez um cerco pela Rua 30 de outubro. Com o alerta dos moradores, os jornalistas fugiram.
Um policial disparou tiros para o ar acima da cabeça de um dos repórteres, do qual tinha se escondido atrás de um poste de iluminação elétrica. O jornalista gritou que era da imprensa. Os policiais avançaram pela Rua Ranquil e o jornalista falou com um oficial. Os policiais retiraram-se, continuando a patrulhas pela Rua 30 de Outubro. As balas disparadas pelo policial perfurou a parede de madeira do segundo andar da casa paroquial na Rua Ranquil. Uma das balas atingiu o padre André Jarlan no pescoço e o matou. Ele foi assassinado enquanto lia a Bíblia.
Depois de uma hora o
Pe. Dubois que morava com o
Pe. André chega e o procura. Vai até o quarto e o encontra com a cabeça e as mãos apoiada sobre a mesa. E ao lado dele estava a Bíblia aberta no Salmo 129, que diz: "Das profundezas clamo a ti, Senhor / ouve a minha voz / O Senhor vai libertar Israel / de todo o mal".
Pe. Dubois percebeu que ele estava morto, com um tiro no pescoço, próximo a orelha direita.
O testemunho de muitas pessoas que se encontravam no lugar, disseram sobre a ação violenta e desproporcional da policia, pois em absoluto não se justifica o uso de armas de fogo contra os manifestantes desarmados. Diante disto se leva a crer que
Pe. André Jarlan sofreu uma violação de seus direitos por agentes do governo que utilizaram o uso excessivo da força.
Texto elaborado por Tonny, da
Irmandade dos Mártires da Caminhada.
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4 de setembro de 1984 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU