Obispo, fundador de la Universidad de Asunción, profeta de la Iglesia en Paraguay.
Monsenhor Ramón Pastor Bogarín Argaña é lembrado pelos paraguaios como defensor dos direitos humanos e por seu trabalho com os oprimidos como líder da Ação Católica. Monsenhor Bogarín representa o espírito do Vaticano II e Medellín no Paraguai, um país pobre dominado pela ditadura militar de Alfredo Stroessner por trinta e cinco anos.
Sua “opção pelos pobres” era realizada em seu trabalho com a Ação Católica, e começou a cerca de vinte anos antes do chamado do Papa João XXIII, para o Concílio Vaticano II, de que a Igreja era uma “Igreja dos pobres”. Seu caráter não era de natureza política, mas como um ativista dos direitos humanos no Paraguai, e por isso tornou-se inimigo do Estado por se atrever a ir contra o governo.
Ramon Pastor Bogarín Argaña nasceu em 30 de março de 1911 em Ypacarai, Paraguai, cerca de 40 quilômetros da capital paraguaia, Assunção. Ele fez seus estudos primários em Ypacarai e secundário em Assunção. Em 1930, ingressou no serviço militar no Cuerpo de Aspirantes a Oficiales de Reserva e recebeu a patente de Sub-oficial de artilharia. Entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade Nacional, onde estudou por um ano. Estava insatisfeito com as inquietações vocacionais, e sua família o enviou para a França, onde começou os estudos na Faculdade de Engenharia Mecânica em Paris.
Ainda insatisfeito com esta nova carreira, entrou no Seminário para vocações tardias em San Ilan, França, e de lá foi para Pontifício Colégio Pio Latino-Americano em Roma, onde permaneceu sete anos. Sua vida como seminarista em Roma coincidiu com a expansão da Ação Católica na Itália, e Bogarín foi influenciado por Monsenhor Civardi, mestre de espiritualidade e organização da Ação Católica. Graduou-se Bacharel em Direito Canônico e Teologia, foi ordenado sacerdote em Roma em 1938.
O início da Segunda Guerra Mundial o fez voltar para o Paraguai em 1939, e em dezembro do mesmo ano, foi nomeado Vice-Assessor Eclesiástico do Conselho Central da Ação Católica e Reitor do Oratório de Nossa Senhora da Assunção e Panteão Nacional dos Heróis. Em 1940, ele foi nomeado Diretor Nacional da Pia União do Clero e Diretor do Ofício Catequético Arquidiocesano. Em 1941, um decreto do Episcopado o nomeou Diretor Geral da Ação Católica do Paraguai. Em 1947 ele fundou e dirigiu os trabalhos de um jornal de orientação Social-cristão.
No ano de 1957, o Vaticano anunciou a criação da Diocese de San Juan Bautista de las Missiones e a nomeação de Monsenhor Bogarín como seu Bispo Residencial. Em 1961, ele foi escolhido para ser Delegado do Episcopal Paraguaio para o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). Em 1962, participou da primeira sessão do Concílio Vaticano II e o elegeram membro da Comissão Conciliar de Seminários e Escolas Católicas. Participou de todas as sessões do Concilio e, no final do Concílio, o Santo Padre o nomeou membro da Comissão pós-conciliar de Educação Cristã.
Foi eleito Vice-Presidente da Conferência Episcopal do Paraguai e Presidente das Comissões Episcopais para os Seminários e as Vocações e do Apostolado dos Leigos, em 1966. Na Segunda Conferência Geral do CELAM, em Medellin, em 1968, ele presidiu a Comissão para a Juventude. Em 1969 ele foi eleito Presidente da Conferência Episcopal do Paraguai, cargo que ocupou por três anos, e Presidente dos Departamentos de Pastoral de Conjunto e Comunicações Sociais.
Lembrado pelos paraguaios por seu trabalho com a Ação Católica, cujo contato com diferentes grupos sociais apresentou uma ameaça para o regime repressivo de Stroessner. Embora colegas de Bogarín falassem da postura anticomunista do bispo, Stroessner o acusou de ser comunista “para sufocar e reprimir qualquer tentativa de reivindicar direitos humanos e da justiça social”. No entanto, Bogarín rejeitou quase com fúria as acusações de comunista lançadas pela imprensa oficial contra as suas amadas Ligas Agrárias, e saia sempre em defesa dos líderes camponeses.
Monsenhor Bogarín morreu repentinamente em sua casa aos 65 anos de idade no dia 03 de setembro de 1975, quando a repressão da ditadura militar do Presidente Stroessner era particularmente cruel com as Ligas Agrárias Cristãs fundadas ele. Sua figura carismática e profética ainda prevalece na Igreja paraguaia. É lembrado com especial carinho por aqueles que o conheciam, evidenciado pelos testemunhos escritos no livro, Monseñor Ramón Bogarín Argaña-Testimonios.
Abaixo um vídeo com música em homenagem ao Monsenhor Bogarín, cantado por Willian Pérez.
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3 de setembro de 1976 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU