01 Outubro 2008
A Terra, em sua longa história, conheceu 5 grandes dizimações, a última no final da Era Mesozóica (dos répteis), há 65 milhões de anos, na qual todos os dinossauros desapareceram. Deu lugar à Era Cenozóica (a nossa, dos mamíferos). Entre uma dizimação e outra, a Terra precisou de dez milhões de anos para se autoregenerar.
Segundo Wilson, nos últmos séculos, os seres humanos, no seu afã de construir bem estar e de se enriquecer, exploraram de forma tão persistente e sistemática o planeta Terra, que começou, como conseqüência, a sexta extinção em massa. Abstraindo dos meteoros rasantes que devastaram o planeta mais ou menos a cada cem milhões de anos, a Terra nunca conheceu um ataque tão poderoso como o que está ocorrendo atualmente. Diz-nos Wilson: "no momento, a taxa global de extinção das espécies supera o nascimento de novas espécies numa proporção de pelo menos cem por um e logo vai aumentar para dez vezes mais do que isso” (p.98).
O causador desta desvastação é o ser humano que se transformou numa verdadeira força geofísica destruidora: alterou a atmosfera e o clima da Terra, difundiu milhares de substâncias químicas tóxicas pelo mundo inteiro, represou quase todos os rios, transformou quase todas as terras em aráveis estando hoje vastamente desertificadas e nos encontramos perto de esgotar a água potável.
É neste contexto que Wilson propõe Uma Aliança pela Vida. Convoca as duas forças que para ele são as mais poderosas do mundo: a ciência e a religião. Diante de um perigo global, anulam-se as diferenças. Desta vez crente e não crente terão o mesmo destino. Mas ambos podem trabalhar juntos porque “os que hoje vivem na Terra têm de vencer a corrida contra a extinção das espécies, ou então serão derrotados – derrotados para sempre; eles conquistarão honrarias eternas ou o desprezo eterno” .
(cfr.notícia do dia 01-10-08, desta página).
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Ciência e religião. Uma aliança pela vida. A proposta do biólogo E. O. Wilson - Instituto Humanitas Unisinos - IHU