05 Julho 2011
O alegretense Sérgio Faraco já estava em Porto Alegre, quando estourou a crise política de 1961. Politicamente posicionado, não perdeu tempo: alistou-se nas milícias populares, pronto para lutar em defesa da Constituição. Dois anos depois, como membro do Partido Comunista Brasileiro, partiu para a União Soviética. De 1963 a 1965 foi aluno do Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. Acabou se indispondo com as lideranças locais e sendo recolhido ao Hospital do Kremlin, em Moscou. Esta história, ele conta no livro Lágrimas na Chuva, lançado em 2002 e reeditado, este ano, pela editora L&PM.
O escritor concedeu entrevista à Nubia Silveira do sítio Sul21, 05-07-2011.
Que idade o senhor tinha quando Jânio Quadros renunciou e Brizola deu início à Legalidade?
Em 1961 eu tinha 21 anos e fiquei empolgado com a resistência de Brizola ao golpe miserável que estava sendo articulado.
Qual foi sua atitude ao saber da resistência liderada pelo então governador?
Fui até aquele edifício da av. Borges que o povo apelidara de Mata-Borrão e fiz minha inscrição para receber armas e marchar contra o centro do país. Eu acreditei naquilo.
Como um militante da Legalidade, qual a sua avaliação sobre a decisão de João Goulart, que aceitou assumir com o parlamentarismo?
O acordo parlamentarista de Jango foi uma decepção, ou mais do que isso, uma traição. Nós contávamos com o III Exército, tinha chegado a hora de dar uma chinelada nos golpistas. Muitas pessoas acham e eu também que esse recuo serviu de estímulo para os militares que tomaram o poder em 64, como se pensassem: basta entesar que eles se afrouxam.
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"Fiquei empolgado com a resistência de Brizola" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU