O empresário
Abilio Diniz, presidente do grupo
Pão de Açúcar, distribuiu mensagens ontem no
Twitter queixando-se das críticas que tem recebido pela proposta de fusão com o
Carrefour no Brasil, com apoio do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A reportagem é de Cley Scholz e publicada pelo jornal
O Estado de S.Paulo, 01-07-2011.
A primeira mensagem do empresário para seus mais de 100 mil seguidores na rede de microblogs, por volta das 16 horas, dizia: "Estou sendo muito criticado, mas acredito que a fusão do
Pão de Açúcar com o
Carrefour será boa para o País e para os brasileiros".
Em seguida, o empresário enviou nova mensagem de agradecimento pelas manifestações de apoio: "Aproveito para também agradecer todas as mensagens de carinho postadas aqui no Twitter". Numa terceira mensagem, afirmou: "Tenho fé em Deus e acredito no meu trabalho. Tudo vai acabar bem e em breve contarei toda a história".
A fusão dos dois gigantes do varejo com apoio do banco estatal frequenta a lista dos assuntos mais comentados no Twitter desde que o negócio veio a público, anteontem. O deputado
ACM Neto, líder do DEM, distribuiu para seus 20,8 mil seguidores mensagem com crítica à fusão: "BNDES tem que se preocupar, por exemplo, em financiar quem tem pequenas mercearias, não grandes varejistas como Pão de Açúcar e Carrefour".
Outra crítica veio do deputado
Chico Alencar (PSOL-RJ), para quem o apoio do banco estatal representa "desvio de função".
Ontem, o empresário também emitiu um informe publicitário em que disse que o
Cassino "se ateve, precipitada e emocionalmente, a condenar uma operação sem qualquer análise". "A questão principal, da qual não se deve desviar o fico, é a seguinte: a operação é ou não boa para o Pão de Açúcar", escreveu
Abilio.
No mesmo documento, o empresário informou que o objetivo da fusão é tornar a companhia mais eficiente, lucrativa e moderna.
"Ou seja, um
Pão de Açúcar melhor para todos os seus colaboradores, acionistas, administradores e consumidores."
Antes do informe,
Abilio só havia se pronunciado na quarta-feira em entrevista à Rede Globo. Ele afirmou que a meta da empresa é continuar a crescer organicamente. "Empresa que não cresce organicamente fica parada", afirmou, destacando que o
Pão de Açúcar emprega 158 mil pessoas.
A entrevista foi concedida após reunião da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Abilio atendeu apenas à Globo.
"A companhia (Pão de Açúcar) está listada em bolsa aqui e nos Estados Unidos há 15 anos, não tem nada de ilegal. Agora, o que espero é que o
Casino analise a proposta que ele recebeu com atenção, com cuidado e sem emoção. Ele vai gostar da proposta", afirmou.
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"Em breve contarei toda a história", diz Abilio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU