28 Janeiro 2011
Um dos mais conhecidos ativistas ugandenses dos direitos dos homossexuais foi assassinado em sua casa semanas depois de conquistar uma vitória judicial sobre um jornal sensacionalista que pedia a morte dos gays.
A reportagem é de Xan Rice, publicada pelo Guardian e reproduzida pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-01-2011.
David Kato, dirigente da Sexual Minorities Uganda ("minorias sexuais de Uganda"), foi morto a pauladas na capital, Campala, anteontem. Testemunhas viram um homem deixando o local de carro. A polícia investiga.
Como outros ativistas, Kato vinha se queixando de pressão mais intensa desde 3 de janeiro, quando um juiz concedeu uma liminar permanente contra o jornal "Rolling Stone", impedindo este de revelar a identidade de gays em suas páginas.
No fim do ano passado, a foto de Kato foi publicada na capa de uma edição cuja manchete era "enforquem-nos". Ele era um dos três queixosos no processo.
"Desde o veredicto, David disse que havia pessoas o ameaçando e afirmando que "cuidariam dele`", disse seu amigo Julian Pepe Onziema.
"Tínhamos um encontro ontem [quarta-feira] para discutir arranjos de segurança. Poucas horas depois, seu telefone ficou mudo", afirmou Onziema.
A Human Rights Watch afirmou que ainda é cedo para especular sobre o motivo da morte -um assalto comum não está descartado.
Mas afirmou que há sérias preocupações quanto ao nível de proteção à comunidade homossexual local.
Nos últimos anos, o sentimento de aversão aos gays vem sendo fomentado por religiosos e políticos locais.
Projeto de lei ainda não aprovado prevê prisão perpétua para gays e pena de morte para reincidentes, além de obrigar cidadãos a denunciar casos que presenciem.
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Ativista de direitos gays de Uganda é espancado à morte - Instituto Humanitas Unisinos - IHU