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A desigualdade econômica explicada por Jane Austen. Artigo de Roberto Esposito

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01 Novembro 2012

Na crise, que envolve a todos, há uma diferença de fundo entre quem tem e quem não tem, entre quem a enfrenta, quase sem se dar conta, a partir do degrau mais alto da escala social e de quem a sofre, em carne viva, a partir do degrau mais baixo, passando por todos os estágios intermediários.

A análise é do filósofo italiano Roberto Esposito, em artigo para o jornal La Repubblica, 26-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Nas representações da crise que assistimos há muito tempo, há um lugar vazio, um hóspede ausente ou mantido em segundo plano sem nunca lhe dar a palavra. Trata-se da desigualdade – frequentemente evocada, certamente, mas como um dado de fato quase natural, sobre o qual é impossível intervir e sobre o qual é inútil, e portanto entediante, falar.

Nessa situação, em que a crise é contada somente com relação ao andamento dos mercados, a clássica pedra no sapato vem do livro de Branko Milanovic, prontamente traduzido pela editora Il Mulino, Chi ha e chi non ha. Storie di disuguaglianze [Quem tem e quem não tem. Histórias de desigualdade], com uma apresentação de Gianni Toniolo.

Na crise, que envolve a todos, há uma diferença de fundo entre quem tem e quem não tem, entre quem a enfrenta, quase sem se dar conta, a partir do degrau mais alto da escala social e de quem a sofre, em carne viva, a partir do degrau mais baixo, passando por todos os estágios intermediários.

Sem levar em conta a desigualdade, nenhuma análise da crise, mesmo que tecnicamente confiável, toca o chão, restitui a sua dinâmica real, já que deixa de fora não só os seus efeitos devastadores, mas também as suas raízes profundas. Porque – defende Milanovic – é verdade que a responsabilidade pela crise é debitável, em grande parte, à desregulamentação financeira. Mas esta, por sua vez, nasce de uma distribuição da renda que levou a classe média, cada vez mais mal tratada, a um endividamento que logo se tornou insustentável. Sem 30 anos de crescimento exponencial da desigualdade, com a renda nacional inalterada, nos Estados Unidos as coisas também teriam sido diferentes.

A desigualdade não é um destino, e nem uma constante, das nossas sociedades. Ela tem a ver com a história, com a geografia e com a política. E também, em sentido lato, com a filosofia, isto é, com a dimensão da ética. Porque, às perguntas sobre como ela se gera e como influencia a situação econômica, não pode não ser acrescentada uma terceira interrogação sobre a sua relação com a justiça. Até quando é tolerável um mundo dividido em dois entre bulimia induzida e anorexia forçada?

Em um nexo inédito entre números e história, Milanovic repassa o debate que no último século propôs uma interpretação abrangente do fenômeno – alternando-o com uma série de interlúdios tomados do noticiário e da vida cotidiana, da literatura e do esporte. Por exemplo, tanto Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, quanto Anna Karenina, de Tolstoi, são lidos e comparados a partir de um ponto de vista econômico, mostrando como muitas vezes amor e riqueza têm uma relação inversamente proporcional a se levar em conta, porque, na realidade, a escritora e o escritor também nos falam disso. Isto é, de como a desigualdade (calculada no livro de Milanovic com libras esterlinas e rublos comparando-os às cifras de hoje) é a principal questão no dilema de Elizabeth com Mr. Darcy e de Anna com Vronsky.

E, obviamente, no seu ensaio, também há os economistas. Se Vilfredo Pareto vê na desigualdade uma espécie de lei férrea que prescinde das relações sociais, o economista russo-americano Simon Kuznets faz dela uma função do grau de desenvolvimento da sociedade. Enquanto nas pobres a desigualdade é bastante baixa, quando a economia entra em uma fase de forte crescimento, ela aumenta rapidamente, para depois fluir novamente, quando o Estado começa a assumir um papel de equilíbrio na distribuição dos recursos.

Daí o delineamento daquela curva em U invertido, que Tocqueville já havia diagnosticado quando escrevia que "a igualdade se encontra apenas nos dois limites extremos da civilização".

Na realidade, essa hipótese, válida para alguns países, está longe de fornecer uma chave de interpretação global: não só em grande parte do mundo ocidental a ascensão à igualdade não ocorreu, mas, principalmente nas últimas três décadas, a desigualdade se estendeu tanto em termos absolutos quanto relativos. A partir da época de Reagan e de Thatcher, aquela que devia ser uma descida da curva diferencial transformou-se em um novo pico, transformando o U invertido em um S situada em seu lado. As escolhas neoliberais de muitos governos ocidentais, subtraindo do Estado o papel redistributivo exercido anteriormente, levantaram novamente a barra da desigualdade, minando o teorema de Kuznets.

Mas, para explicar essa brecha entre expectativas e resultados, não basta uma motivação histórica, se não forem acompanhadas de uma geopolítica.

Nesse cruzamento entre dimensão vertical e dimensão horizontal, a pesquisa de Milanovic chega aos seus resultados mais convincentes. O aumento da desigualdade global – recém-temperada pelo extraordinário desempenho de países até pouco tempo atrás pobres como a China e a Índia – é o produto da sobreposição entre o desnível interno dos Estados individuais e o desnível relativo à sua comparação, que também aumentou, ainda a partir da revolução industrial e depois cada vez mais. A tal ponto que, se em 1820 a distância entre os países mais ricos e os mais pobres era de 3 para 1, hoje é de 100 para 1, ou que, para ganhar como um privilegiado ganha em um ano, um desfavorecido deveria trabalhar dois séculos.

Isso significa que os mais indigentes dos norte-americanos estão melhor do que os mais ricos dos dois terços da população mundial. Ao invés de restringir essa lacuna, como se poderia esperar, a globalização a ampliou ainda mais, porque os operadores dos países ricos tendem a investir em outros países ricos, e porque a tecnologia avançada não se distribui de maneira homogênea e gratuita.

A pergunta que se coloca nesse ponto é relativa, de um lado, à sustentabilidade e, de outro, à aceitabilidade desse estado de coisas. A onda imigratória dos "condenados do mar", que se somaram aos da terra, fornece uma resposta inquietante, também em vista do número assustador das vítimas. É possível que em um mundo em que circulam livremente capitais, informações, tecnologias, os seres humanos sejam os únicos que não podem se deslocar?

Se a situação ainda não explodiu é porque falta uma conexão global entre os vários tipos de pobreza. Mas ela não pode se sustentar por muito tempo, duplicando-se em duas possibilidades alternativas. Ou através de novas políticas redistributivas se voltará a fazer crescer a renda dos pobres do mundo, ou uma massa cada vez mais ingente de pessoas irá se derramar no dos ricos.

Mas, para além da sustentabilidade do sistema, abre-se uma questão ética, já inevitável, para cada um de nós, a partir dessas classes médias, no processo de serem arrastadas para baixo, do que muitas vezes depende o resultado das eleições políticas nos países democráticos.


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