28 Julho 2012
O desaparecimento de abelhas - um problema identificado há cerca de dez anos nos Estados Unidos, mas que atingiu a Europa e também o Brasil - levou o Ibama a proibir temporariamente a aplicação por aviões de quatro agrotóxicos no País. Nesse meio de tempo, eles serão reavaliados quanto à sua segurança para esses polinizadores.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, 28-07-2012.
Desde 2006, apicultores americanos têm reportado perdas de pelo menos 33% nas colônias de abelhas durante o inverno. Desde que a chamada síndrome de colapso das colônias (CCD na sigla em inglês) começou a ser observada, diversas possibilidades foram investigadas.
Suspeitou-se de vírus ou outras parasitas não identificados, das mudanças climáticas, de transgênicos, inseticidas e agrotóxicos. Estudos recentes identificaram a relação de alguns destes últimos com a desorientação e a morte das abelhas.
Quatro substâncias serão reavaliadas: imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. O primeiro a passar por esse processo será o imidacloprido, que tem a mais ampla comercialização dos quatro - só em 2010, foram 1.934 toneladas, 60% da quantidade total comercializada das quatro substâncias.
Nos três meses em que deve correr o processo de reavaliação, os produtores de agrotóxicos que contenham um ou mais desses compostos terão de incluir um alerta nas embalagens e bulas. A mensagem informará que a aplicação aérea não é mais permitida e o produto é tóxico para abelhas.
Além disso, informará que o uso é proibido em épocas de floração ou quando for observada a visitação de abelhas na lavoura e que o descumprimento dessas determinações constituirá crime ambiental.
De acordo com o Ibama, a decisão foi baseada em pesquisas científicas e em posições semelhantes tomadas por outros países. Das cem culturas agrícolas responsáveis por 90% da base de alimento mundial, afirma o órgão, cerca de 70 % são polinizadas por abelhas.
Pesquisa divulgada em março deste ano na revista Science, por exemplo, mostrou os riscos do tiametoxam. O inseticida, comercializado em todo o mundo há mais de dez anos. Apesar de não matar as abelhas, modifica seu comportamento. Elas ficam desorientadas, se perdem e não acham o caminho de volta para a colônia, que acaba colapsando.
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Sumiço de abelhas faz Ibama reavaliar pesticidas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU