Mães da Igreja: as mulheres que moldaram a vida da Igreja primitiva

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13 Julho 2012

Na escola fundamental, eu sempre esperava pelo histórico mês das mulheres a cada mês de março. Infelizmente, no sexto ano, a lição básica – de que no passado eram negadas às mulheres coisas como voto e o emprego só porque eram mulheres – estava se tornando cada vez mais um pouco obsoleta. As coisas não eram muito melhores em termos de educação religiosa, em que as lições sobre as mulheres se focavam totalmente sobre Maria.

A reportagem é de Kathleen Manning, publicada na revista U.S. Catholic, de junho de 2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O livro de Mike Aquilina e Christopher Bailey, intitulado Mothers of the Church: The Witness of Early Christian Women [Mães da Igreja: O testemunho das primeiras cristãs] (Ed. OSV, 2012), vai além dos evangelhos para descobrir a riqueza que as mulheres trouxeram para a Igreja primitiva. Os autores começam explicando como a afirmação de Paulo em Gálatas – "Não há mais diferença entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo" – deve ter parecido extraordinária para a sua audiência. Esqueça o voto e o direito à educação: o mundo de Paulo era um mundo em que as meninas eram rotineiramente abandonadas ao nascer, e as mulheres não podiam testemunhar no tribunal. Mas se as palavras de Paulo inquietaram os seus ouvintes, o comportamento das mulheres que traziam essas palavras em seu coração deve ter sido verdadeiramente chocante.

Usando relatos escritos tanto pelas próprias mulheres quanto por seus contemporâneos, os autores criam esboços fascinantes de várias personagens cristãs primitivas. Entre as mais memorável está Tecla, uma das primeiras discípulas de Paulo, que cortou seu cabelo, se vestiu como um homem e fugiu de um pretendente rico, a fim de ajudar a espalhar a Boa Nova. Depois que outro nobre fizera uma proposta para ela, Tecla bateu nele e foi condenado a ser dilacerado pelas feras. Felizmente, sua fé lhe permitiu amansar e domar os animais, e ela escapou ilesa.

Nem todas as vidas foram tão dramática como a de Tecla, mas, como missionárias, mártires, escritoras e mestras, as mulheres participaram completa e entusiasticamente da vida da Igreja primitiva. Este livro guia os leitores ao longo dessa importante lição, lembrando-lhes que as mulheres merecem ser lembradas e celebradas todos os meses do ano.