Por: Jonas | 06 Julho 2012
O bispo emérito de São Félix do Araguaia, o claretiano catalão Pedro Casaldáliga, considera que “nossa Igreja vive um momento de decepção e de involução”, de distâncias dolorosas entre a instituição e o povo”.
A reportagem está publicada no sítio Periodista Digital, 04-07-2012. A tradução é do Cepat.
Numa entrevista, publicada no último número da revista interna dos missionários claretianos, “NUNC” (Nuntii de Universa Nostra Congregatione), o chamado “bispo dos pobres”, uma das principais figuras da Teologia da Libertação, denuncia que na Igreja católica “falta proximidade nas estruturas e credibilidade”.
“Em contrapartida – argumenta Casaldáliga – cresce uma fé adulta e corresponsável em muitos setores do laicato. Há uma liberdade de espírito, que pode ter seus excessos, mas que tem muito de vivência personalizada e comunitária, sinal dos tempos, seguimento de Jesus e abertura profética ao mundo de hoje”.
Segundo o bispo catalão, “o ecumenismo e o macroecumenismo se estabelecerão”, e adverte que na missão das Igrejas da América Latina “temos de assumir o despertar organizado dos povos originários de nossa afro-ameríndia”.
Nascido em Balsareny (Barcelona), em 1928, Casaldáliga completou 84 anos e batalha contra o mal de Parkinson, mas continua “com a opção pelos pobres, como grande motivação de minha vida”.
Casaldáliga se define como “um missionário claretiano, que reconhece ter falhado muito como membro da Congregação, a quem devo quase tudo”.
“Agora, procuro aceitar com humor esperançado as limitações que o Parkinson me impõe e a solicitude daqueles que me acompanham”, explica o bispo da libertação, que dedica mais horas para meditar, receber visitas e escrever algumas mensagens, enquanto recomenda à Igreja que assuma “de cheio o desafio dos meios de comunicação”.
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Casaldáliga. “A Igreja vive um momento de decepção e de involução” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU