19 Junho 2012
O ambientalista e fundador do movimento Slow Food, o italiano Carlo Petrini, não consegue almoçar no Riocentro, o galpão de convenções onde acontece a Rio+20. "A comida aqui é insustentável. Não é orgânica", disse ele ao UOL.
A reportagem é de Maria Denise Galvani e publicada pelo Portal Uol, 18-06-2012.
Petrini é o fundador do movimento "Slow Food", que surgiu em 1989 para marcar oposição à escalada do "fast food" e da alimentação pouco saudável. Hoje o movimento tem apoiadores em mais de 150 países. Ele participa como convidado e organizador de uma série de eventos na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece até o dia 22 de abril.
Para escolher onde fazer suas refeições no Rio, Petrini anda com um guia que dá 100 indicações de restaurantes naturais na cidade. "É ridículo que uma cidade como o Rio de Janeiro, com 16 milhões de habitantes, tenha apenas seis feiras organizadas por produtores da região", disse Petrini.
Petrini defende que a escolha do que comer é essencial para o debate sobre desenvolvimento sustentável. "Os consumidores têm que se colocar como coprodutores na cadeia dos alimentos: organizar feiras orgânicas, se educar para comer bem, plantar hortas em casa e nas escolas", diz Petrini.
Na Rio+20, Petrini participou do debate sobre fome na série Diálogos com a Sociedade Civil, onde defendeu os direitos dos pequenos agricultores à terra, às sementes e a meios adequados de distribuição de sua produção. "A agricultura familiar é que salva as pessoas da fome", afirma.
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"A comida aqui é insustentável", diz fundador do movimento Slow Food na Rio+20 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU