09 Agosto 2012
"Eu fico frustrado acima de tudo quando eu sinto que há coisas que precisam ser mudadas na Igreja, e eu não tenho o poder para mudá-las. Por isso, eu preciso de tua ajuda, Deus'.
Essa é a oração de James Martin, padre jesuíta e editor de cultura da revista semanal America, fundada em 1909 pelos jesuítas dos EUA. É formado em economia pela Wharton School of Business, da Universidade da Pensilvânia, em filosofia pela Universidade Loyola, de Chicago e em teologia pela Weston Jesuit School of Theology, de Cambridge, onde também fez seu mestrado e doutorado em Teologia.
A oração foi publicada no sítio da revista America, 13-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Veja abaixo a oração em vídeo, rezada pelo próprio Pe. Martin, em inglês.
Eis o texto.
Querido Deus, às vezes eu fico muito frustrado com a tua Igreja.
Eu sei que não estou sozinho. Muitas pessoas que amam a tua Igreja se sentem frustradas com o corpo de Cristo na terra. Padres e diáconos, e irmãos e irmãs podem se sentir frustrados também. E eu aposto que até mesmo bispos e papas se sentem frustrados. Nós nos preocupamos, nos inquietamos, nos incomodamos, nos irritamos e às vezes nos escandalizamos porque a tua instituição divina, nossa casa, está repleta de seres humanos que são pecadores. Assim como eu.
Mas eu fico frustrado acima de tudo quando sinto que há coisas que precisam ser mudadas, e eu não tenho o poder para mudá-las.
Por isso, eu preciso da tua ajuda, Deus.
Ajuda-me a lembrar que Jesus prometeu que estaria conosco até o fim dos tempos e que a sua Igreja é sempre guiada pelo Espírito Santo, mesmo que para mim seja difícil ver. Às vezes, a mudança acontece de repente, e o Espírito nos surpreende, mas muitas vezes isso acontece lentamente na Igreja. No teu tempo, não no meu. Ajuda-me a saber que as sementes que eu planto com amor no solo da tua Igreja irão florescer um dia. Por isso, dá-me paciência.
Ajuda-me a entender que nunca existiu um momento em que não houve discussões ou disputas dentro da tua Igreja. Discussões remontam até Pedro e Paulo, que debatiam entre si. E nunca existiu um momento em que não houve pecado entre os membros da tua Igreja. Esse tipo de pecado remonta a Pedro, que negou Jesus durante a sua paixão. Por que a Igreja de hoje seria diferente do que era para as pessoas que conheceram Jesus na terra? Dá-me sabedoria.
Ajuda-me a confiar na Ressurreição. O Cristo ressuscitado nos lembra que sempre há a esperança de algo novo. A morte nunca é a última palavra para nós. Nem o desespero. E ajuda-me a lembrar que, quando o Cristo ressuscitado apareceu aos seus discípulos, ele suportou as feridas da sua crucificação. Como Cristo, a Igreja está sempre ferida, mas é sempre uma portadora de graça. Dá-me esperança.
Ajuda-me a acreditar que o teu Espírito pode fazer qualquer coisa: elevar santos quando nós mais precisamos deles, amolecer os corações quando eles parecem endurecidos, abrir as mentes quando elas parecem fechadas, inspirar confiança quando tudo parece perdido, nos ajudar a fazer o que parecia impossível até ser feito. Esse é o mesmo Espírito que converteu Paulo, que inspirou Agostinho, que chamou Francisco de Assis, que incentivou Catarina de Siena, que consolou Inácio de Loyola, que confortou Teresa de Lisieux, que animou João XXIII, que acompanhou Teresa de Calcutá, que fortaleceu Dorothy Day e que encorajou João Paulo II. É o mesmo Espírito que está conosco hoje, e o teu Espírito não perdeu nada do seu poder. Dá-me fé.
Ajuda-me a lembrar de todos os seus santos. Muitos deles passaram por coisas muito piores do que eu. Eles ficaram frustrados com a tua Igreja às vezes, lutaram com ela e ocasionalmente foram perseguidos por ela. Joana d'Arc foi queimada na fogueira pelas autoridades eclesiásticas. Inácio de Loyola foi jogado na prisão pela Inquisição. Mary MacKillop foi excomungada. Se eles puderam confiar na tua Igreja em meio a essas dificuldades, eu também posso. Dá-me coragem.
Ajuda-me a ser pacífico quando as pessoas me dizem que eu não pertenço à Igreja, que eu sou um herege ao tentar fazer as coisas melhor, ou que eu não sou um bom católico. Eu sei que fui batizado. Tu me chamaste pelo nome para estar em tua Igreja, Deus. Enquanto eu respirar, ajuda-me a lembrar como as águas sagradas do batismo me acolheram em tua sagrada família de santos e pecadores. Que a voz que me chamou à tua Igreja seja o que eu ouço quando outras vozes me dizem que eu não sou bem-vindo na Igreja. Dá-me paz.
Acima de tudo, ajuda-me a colocar toda a minha esperança no teu Filho. Minha fé está em Jesus Cristo. Dá-me apenas o teu amor e a tua graça. Isso me basta.
Ajuda-me, Deus, e ajuda a tua Igreja.
Amém.
(Cf a notícia do día 08/08/2012 desta página)
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Javé, tu ouves o desejo dos pobres,
fortaleces o coração deles e lhes dás ouvidos,
fazendo justiça ao órfão e ao oprimido,
para que o homem terreno já não infunda terror.
(Sl 10, 17-18)
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Uma oração para católicos frustrados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU