05 Abril 2012
Para o coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis, Aron Belinky, priorizar a sustentabilidade “não é uma questão de fantasia, mas de ousadia”. Segundo ele, o modelo de desenvolvimento do governo Dilma Rousseff carece de visão de longo prazo. É um modelo que simplesmente reproduz o que já foi feito no passado, fazendo de conta que não há limites para o planeta. Isso sim é uma fantasia”, disse Belinky. A Vitae Civilis é uma das várias organizações da sociedade civil que fazem parte do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
A reportagem é de Herton Escobar e Giovana Girardi e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 05-04-2012.
“O Brasil tem uma oportunidade estratégica de desenvolver num padrão novo de sustentabilidade, integrando o desenvolvimento econômico, social e ambiental num só modelo”, disse.
Com relação às hidrelétricas, Belinky disse que é preciso priorizar, também, medidas d eficiência energética, que permitam usar de maneira mais eficiente a eletricidade que já é produzida – diminuindo, assim, a necessidade de grandes obras na Amazônia, que, apesar de produzirem uma energia de baixo carbono, têm grandes impactos sobre a biodiversidade e as comunidades tradicionais da floresta.
“Há várias inovações que podem ser incorporadas ao sistema de produção de energia sem a necessidade de grandes obras”.
O físico José Goldemberg, da USP, disse que o discurso de Dilma é um “mau presságio” para a Rio+20. “Esperava-se que o Brasil assumiria um papel de liderança, mas essa esperança não se materializando. O Brasil vai acabar ficando como vidraça”, avaliou Goldemberg.
Ele lembra que, hoje, as energias renováveis representam 13% do total de energia do mundo e há previsões de que alcancem de 25% a 50% até 2050. “Há hidrelétricas excelentes, não é uma questão de se opor a elas. Mas também é tecnicamente incorreto não considerar outras energias. É um falso dilema”.
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“Fantasia é fazer de conta que não há limites” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU