Por: André | 05 Julho 2013
É uma proposta muito séria feita por um sacerdote americano e postada no blog da diocese de Washington. Em resposta à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de derrubar, em 26 de junho passado, o Defense of Marriage Act (Doma) [Lei de Defesa do Casamento], lei federal de 1996 que define o casamento como a união entre um homem e uma mulher, o que abre o caminho para a adoção do casamento homossexual na maioria dos Estados, Charles Pope se questiona sobre a possibilidade de os cristãos continuarem a utilizar o termo “casamento”.
Fonte: http://bit.ly/15cO8xv |
A reportagem é de Aymeric Christensen e publicada no sítio da revista francesa La Vie, 02-07-2013. A tradução é do Cepat.
A partir da observação de que esta palavra “não significa hoje a mesma coisa que no passado” e que quando a Igreja a utiliza “não quer mais dizer a mesma coisa que um número crescente de Estados”, Charles Pope sugere retomar uma expressão mais antiga para definir o sacramento de um ponto de vista católico: “aliança matrimonial” (“Holly Matrimony”), expressão utilizada no Catecismo da Igreja Católica.
“Para ser honesto”, precisa o sacerdote, a união de pessoas do mesmo sexo “não é a primeira redefinição do casamento a ter ocorrido nos Estados Unidos”. Esta evolução seguiu, segundo ele, três etapas: primeiro, a votação de uma lei sobre o divórcio por consentimento mútuo, em 1969, na Califórnia; depois, o uso progressivo de anticoncepcionais, e, finalmente, o casamento gay, que ele qualifica como “golpe final”. Progressivamente, a sociedade americana foi retirando do seu horizonte três dimensões fundamentais do casamento cristão: a indissolubilidade, “a acolhida de filhos” e a união homem-mulher.
Assim, explica ele, “o que a sociedade civil quer dizer ao utilizar a palavra ‘casamento’ não tem mais nada a ver com o que significa para a Igreja. A sociedade civil chegou inclusive a suprimir cada um dos aspectos que definem um casamento para a Igreja. Não seria a hora, para nós, de aceitar este estado de coisas e começar a usar uma outra palavra em seu lugar? (...) Proponho que na Igreja façamos referência não mais ao casamento como tal, mas à aliança matrimonial”.
Ao fazer esta proposta, o sacerdote americano admite que a expressão possa soar um pouco arcaica... e que não será fácil explicar aos casais que se apresentam, dizendo: “Nós queremos nos casar no próximo verão”, que eles devem, ao invés disso, dizer: “Nós queremos contratar uma aliança matrimonial no próximo verão”. Portanto, recomenda não banir totalmente o uso da palavra e de seus derivados, mas ater-se a essa nova denominação, do ponto de vista oficial, como “sacramento da aliança matrimonial”.
Aberto ao diálogo, Charles Pope aceita as opiniões e as sugestões de seus leitores sobre este assunto. Para ele, o importante é abrir o debate.
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Podemos chamar o casamento cristão de “aliança matrimonial”? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU