08 Junho 2014
O Papa Francisco, na manhã deste domingo, nos jardins vaticanos, tentará atirar uma pedra nas negociações estagnadas entre israelenses e palestinos. E o fará convidando para a sua casa, para rezar pela paz, os presidentes Shimon Peres e Mahmoud Abbas. Um evento de "alto fôlego", uma "pausa" no que diz respeito às dinâmicas político-diplomáticas, como define o padre Pierbattista Pizzaballa, o Custódio da Terra Santa, a quem Bergoglio quis confiar a direção do encontro.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no jornal La Stampa, 07-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto
Não será uma cúpula para novas mediações ou roteiros, portanto. Mas algo mais importante, na ótica do crente em Deus. Uma invocação comum que Francisco gostaria que pudesse ter ocorrido durante a sua viagem à Terra Santa.
Um encontro do qual participa também o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, para testemunhar como a unidade dos cristãos é um sinal de reconciliação que vai além das fronteiras entre as Igrejas.
As orações das três comunidades – judaica, cristã e muçulmana – terão a mesma estrutura: primeiro, a leitura de textos que falam da criação, dom de Deus para o homem; depois, o reconhecimento de que todos os homens são filhos de Deus e o pedido de perdão; por fim, a invocação com o pedido de paz. No fim, estão previstas as falas do papa e dos dois presidentes, formuladas como invocações, e não como discursos políticos.
Nessa sexta-feira, o padre Federico Lombardi divulgou o programa do encontro, que começará no fim da tarde, permitindo, assim, que Mahmoud Abbas participe, de manhã, do juramento do novo presidente egípcio Al Sisi.
A partir das 18h15 (hora de Roma), Peres e Mahmoud Abbas vão chegar ao Vaticano, a uma distância de 20 minutos um do outro, permitindo, assim, que o papa receba cada um separadamente em Santa Marta, entretendo-se em breves conversas.
Depois, no hall de entrada da residência, os três se reunirão, e a eles também se unirá Bartolomeu. Juntos, de carro, se dirigirão para o jardim triangular que fica entre a Casina Pio IV e os Museus Vaticanos. Lá, irão esperar as respectivas delegações, cada uma composta por 15-20 pessoas. A comitiva israelense também inclui dois drusos, dois muçulmanos e dois cristãos. A palestina, muçulmanos e cristãos. Com Peres, estarão os rabinos Ratzon Arousi, Daniel Sperber e David Rosen.
O judaísmo italiano estará representado pelo rabino de Florença, Josef Levi, pelo presidente da Comunidade Hebraica de Roma, Riccardo Pacifici, e pelo presidente da UCEI [União das Comunidades Hebraicas Italianas], Renzo Gattegna.
Com Mahmoud Abbas, estarão o xeique Jamal Abu Alhanoud, Ziad Al-Bandak, ministro para as relações com os cristãos, e o patriarca emérito de Jerusalém dos latinos, Michel Sabbah. Também estarão presentes o rabino Abraham Skorka e o islâmico Omar Abboud.
Depois dos discursos finais, os presentes irão se apertar as mãos, e Francisco acompanhará Bartolomeu e os dois presidentes para plantar uma oliveira. No fim, os quatro entrarão na Casina Pio IV para um encontro privado.
Nas igrejas de toda a Itália e de todo o mundo, neste domingo, se rezará de modo particular pelo encontro. A Ação Católica Argentina pediu que todos, onde quer que estejam, observem um minuto de silêncio e de oração às 13 horas.
Nota da IHU On-Line: Os textos da celebração "Invocação pela Paz", em italiano e inglês, podem ser acessados clicando aqui.
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A oração comum no jardim do papa pela paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU