26 de maio de 1871 - Os "communards" executam jesuítas em Paris

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03 Junho 2014

Os assim chamados "communards" eram membros da Comuna de Paris, formada logo após o início da guerra franco-prussiana. Vinham das classes trabalhadoras, descontentes com a situação da França em 1871.

A nota é publicada por Jesuit Restoration 1814, 26-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Em 1870, a França tinha entrado em guerra com a Prússia (o principal estado do Império Alemão). Os prussianos sitiaram Paris em setembro de 1870, causando fome e miséria na cidade. Os pobres foram forçados a comer carne de gato ou de rato, outros passavam fome.

Essa experiência levou ao surgimento de clubes e jornais políticos radicais e socialistas. Quando a guerra terminou, o governo se recusou a voltar para Paris e, em vez, mudou-se para Versailles. Então, enviou forças militares para Paris para recolher uma reserva de canhões e armas. O destacamento ainda estava reunindo as munições quando os parisienses o cercaram. No caos que se seguiu, os soldados mataram dois de seu próprio contingente e até o fim do dia acabaram ficando do lado dos parisienses. Os insurgentes agora controlavam a cidade e declararam um novo governo chamado de Comuna de Paris, que durou de 18 de março a 28 de maio de 1871.

O governo, chocado com essa traição, decidiu não negociar, e, começando no dia 21 de maio e continuando até 28 de maio, uma guerra civil irrompeu pelas ruas de Paris. Cerca de 18 mil parisienses foram mortos, 25 mil foram presos, e milhares foram executados posteriormente. A violência ultrajante da "Semana Sangrenta" tornou-se um grito de guerra das classes trabalhadoras; políticos, mais tarde, orgulhosamente se gabavam de sua participação na Comuna. Apanhados entre anarquia e a violência estavam cinco jesuítas franceses, os padres Olivaint, Ducoudray, Caubert, Clerc e De Bengy.

Um deles, Pierre Olivaint era um excelente professor de história, famoso pregador e diretor espiritual de renome. Pe. Caubert era o tesoureiro da província. Pe. De Bengy era famoso pelo trabalho que fazia entre os pobres para aliviar seu sofrimento quando a cidade estava sob cerco. Eles foram capturados quando os communards chegaram para tomar posse da casa na Rue de Sèvres. Os restos mortais do Pe. Olivaint e dos quatro jesuítas que foram martirizados com ele foram colocados na capela dos mártires na Rue de Sèvres. A causa de santificação dos padres Peter Olivaint, John Caubert, Anatole De Bengy juntamente com a dos padres Leo Ducoudray e Alexis Clerc foi introduzida em Roma em 17 de fevereiro de 1937.