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A carta de Rosa Luxemburgo sobre a alegria do Natal, em plena prisão

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14 Dezembro 2015

Diante de um anônimo animal ferido, Rosa Luxemburgo compreendeu que uma comunhão entre os seres humanos e as outras criaturas não é apenas possível. É urgente e necessária.

A opinião é do padre, poeta e teólogo português José Tolentino Calaça de Mendonça, professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa. O artigo foi publicado no jornal Avvenire, 10-12-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Um dos textos mais comoventes que eu conheço é uma carta de Rosa Luxemburgo escrita a uma amiga da prisão feminina de Wroclaw, por ocasião do Natal, poucos meses antes da sua execução.

Era o último período daquele paradoxal 1917, e poucos se arriscavam a dizer com certeza a qual destino o mundo de então era arrastado. O texto de Rosa Luxemburgo confirma um compromisso explícito naquele contexto histórico e assume a defesa da revolução então em andamento na Rússia, opondo-se à perspectiva dos "correspondentes dos jornais burgueses", que descreviam a nova situação como um desencadeamento de loucura.

Essa certamente é a parte mais datada, parcial e envelhecida. Rosa sabe que é profética em relação à Alemanha, entrevendo a possibilidade de um pogrom, mas não o é do mesmo modo com relação à Rússia.

Na realidade, o que faz da sua carta um "documento de humanidade e poesia", para citar Karl Kraus, que deveria ser ensinado "às gerações futuras", são as duas partes posteriores.

Era o terceiro Natal que a filósofa e sindicalista passava na prisão. Ela buscou uma árvore de Natal para si, mas não conseguiu remediar outra coisa, senão um arbusto miserável e despojado, que, mesmo assim, carregou para a própria cela.

E isso a levou a se interrogar sobre a "ebriedade alegre" que conseguia armazenar naquele inferno, aquela irredutível espécie de confiança que persistia nela apesar do desconforto e da desolação.

Ela escreveu naquela noite: "Estou aqui deitada, sozinha, em silêncio, envolta nestes múltiplos e escuros lençóis da escuridão, do tédio, da prisão de inverno – e, enquanto isso, o meu coração bate de uma alegria interior incompreensível e desconhecida, como se eu fosse caminhando ao sol radioso em um prado florido. [...] Nestes momentos eu penso em você e eu gostaria tanto de lhe transmitir esta chave mágica, para que você perceba sempre e em qualquer situação o lado bonito e alegre da vida".

E, quando se pergunta mais profundamente o porquê de tanta "felicidade", ela declara: "Eu não o encontro, de fato, e não posso deixar de sorrir ainda de mim mesma. Acho que esse segredo nada mais é do que a própria vida".

A última parte da carta não é menos inesquecível. Rosa Luxemburgo assiste à chegada de carros repletos de pesados sacos de indumentos militares, que as prisioneiras deverão emendar. São puxados por búfalos capturados na Romênia e exibidos como troféus.

Pela primeira vez, ela observa a indizível dor dos animais. É um choque e uma revelação. Quando se atreve a pedir "um pouco de compaixão" por aquelas criaturas esgotadas, o carreteiro lhe responde violentamente: "E de nós, quem tem piedade?". E, na frente dela, recomeça a bater fortemente nos búfalos.

O olhar de Rosa Luxemburgo se fixa, então, em um deles. O animal sangrava, mas permanecia imóvel, com os olhos mais mansos do que ela jamais tinha visto. Naqueles olhos, ela percebeu uma impotência semelhante a de uma criança que estivesse chorando por um longo tempo sem ser ouvida.

"Era exatamente a expressão de uma criança que é punida duramente e não sabe por qual motivo nem por que, que não sabe como escapar do sofrimento e da força bruta... Eu estava diante dele, o animal me olhava, as lágrimas escorriam dos meus olhos, eram as suas lágrimas. Diante da dor de um irmão querido, é impossível não ser sacudido pelos mais dolorosos soluços como na minha impotência diante desse sofrimento mudo."

Da empatia que ligava naquele momento uma mulher a um anônimo animal ferido, nascia uma nova forma de resistência à brutalidade e à barbárie. "Diante dos meus olhos, vi passar a guerra no seu estado puro": Rosa Luxemburgo compreendeu que uma comunhão entre os seres humanos e as outras criaturas não é apenas possível. É urgente e necessária.


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