Por: André | 15 Julho 2015
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras voltou para Atenas na segunda-feira com os resultados de um acordo de resgate, mas também com uma montanha de dificuldades para aprovar cortes de gastos no Parlamento em apenas 48 horas. Tsipras disse que tinha a “confiança e a esperança de que a possibilidade di Grexit fique no passado. Evitamos o plano que resultaria em um estrangulamento financeiro e em um colapso do sistema bancário”.
A reportagem é de Michael Day e publicada por Página/12, 14-07-2015. A tradução é de André Langer.
Enquanto uma rebelião política crescia em seu próprio partido e a ira entre a população crescia já cansada do ajuste, ele podia prometer uma injeção de efetivo de emergência de 500 milhões de euros para manter ativos os bancos gregos – e talvez permitir que reabram na sexta-feira. Mas tendo em conta os milhões que votaram pelo “Não” à austeridade no referendo, muitos anunciavam distúrbios nas ruas de um país onde o nível de vida já se degradou significativamente.
Tsipras deve assegurar-se de que o polêmico pacote de aumento de impostos, privatizações e reformas do mercado de trabalho obtenha o respaldo do Parlamento. Mas o acordo pelo qual Atenas deve obter economias de 13 bilhões de euros nos próximos três anos em troca de um empréstimo de mais de 50 bilhões de euros, está exacerbando as divisões no partido de esquerda Syriza, a coalizão de governo.
Vários representantes do Syriza já estavam furiosos na semana passada depois que seu líder propôs um novo pacote de austeridade em uma tentativa de evitar a saída do euro. Espera-se que ao menos 30 dos 149 deputados do Tsipras se rebelem, mas a oposição pró-europeia se comprometeu a votar a favor do acordo de Bruxelas, motivo pelo qual é quase certo que os votos serão para ele.
Por tudo isso, Tsipras foi atacado por seu ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que se viu obrigado a renunciar na semana passada. Varoufakis disse que não teria aceitado a oferta da terça-feira, que era “absolutamente impossível, totalmente inviável e tóxica”. Fontes ligadas ao governo predisseram uma remodelação ministerial nos próximos dias, para conseguir um gabinete mais propenso a apoiar reformas.
O novo acordo dividiu a opinião pública. Alguns o consideram como um preço duro, mas inevitável para evitar a expulsão da moeda única. Outros dizem que se sentem traídos e inclusive “invadidos” pelas potências europeias e os burocratas da União Europeia.
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A odisseia de Tsipras - Instituto Humanitas Unisinos - IHU