Por: Jonas | 30 Junho 2015
Festa de São Pedro e São Paulo, o dia do Papa. A manhã em que o Santo Padre costuma impor o pálio aos novos arcebispos. Hoje não foi assim, ainda que tenham sido abençoados em uma solene cerimônia, na qual Francisco lhes recordou – entre eles, os espanhóis Cañizares, Osoro, Morga e Jiménez Zamora – que “a Igreja não é do Papa, dos bispos, dos sacerdotes, nem sequer dos fiéis; é de Cristo”, e lhes pediu que sua vida seja reflexo de sua fé. “Ensinai a rezar rezando, anunciai a fé crendo, dai testemunho com a vida”.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 29-06-2015. A tradução é do Cepat.
Francisco iniciou sua homilia recordando “as atrozes, desumanas e inexplicáveis perseguições, que infelizmente perduram ainda hoje em muitas partes do mundo, muitas vezes sob o olhar e o silêncio de todos”, e destacando “a coragem”dos apóstolos, “sem medo da morte e o martírio, no contexto social do império pagão”.
“A comunidade de Pedro e de Paulo nos ensina que uma Igreja em oração é uma Igreja em pé, sólida, a caminho. Um cristão que reza é um cristão protegido, cuidado e sustentado, mas, principalmente, não está sozinho”, destacou Francisco, que disse que “nenhuma comunidade cristã pode avançar sem o apoio da oração perseverante, a oração que é o encontro com Deus, com Deus que nunca falha, com Deus fiel a sua palavra, com Deus que não abandona seus filhos”.
“Tudo passa, só Deus permanece”, apontou o Papa, que ressaltou que “a Igreja fundada sobre Cristo, através de tantas tempestades e apesar de nossos muitos pecados, permanece fiel ao depósito da fé no serviço, porque a Igreja não é dos Papas, dos bispos, dos sacerdotes e tampouco dos fiéis, é única e exclusivamente de Cristo”.
Capazes de fazer milagres: “Os crentes no nome de Cristo ressuscitaram mortos, curaram doentes, amaram seus perseguidores, demonstraram que não existe força capaz de derrotar a quem tem a força da fé”, apontou Bergoglio.
O Papa pediu aos novos arcebispos fé, testemunho e oração. “Uma Igreja ou um cristão sem testemunho é estéril, um morto que acredita estar vivo, uma árvore seca que não dá fruto, um poço seco que não tem água. A Igreja venceu o mal graças ao testemunho corajoso, concreto e humilde de seus filhos”, apontou.
“Hoje, junto com o pálio, gostaria de confiá-los este chamado à oração, à fé e ao testemunho”, disse o Papa aos novos arcebispos, reivindicando que eles sejam “homens de oração, mestres de oração (...); homens de fé, mestres de fé, que ensinem os fiéis a não ter medo dos muitos Herodes que os afligem com perseguições, com cruzes de todo tipo (...); homens de testemunho”, pois “não há testemunho sem uma vida coerente”.
“Hoje não se necessita tanto de mestres, mas, sim, de testemunhas corajosas, convencidas e convincentes, testemunhas que não se envergonhem do Nome de Cristo e de sua Cruz, nem diante dos leões que rugem, nem diante das potências deste mundo”, concluiu o Papa, que agradeceu a presença da delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, e resumiu em uma frase simples e potente: “Ensinai a rezar rezando, anunciai a fé crendo, dai testemunho com a vida”.
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“A Igreja não é do Papa, dos bispos, dos sacerdotes, nem sequer dos fiéis, é de Cristo”, prega o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU