07 Mai 2015
Desta vez, não há números. Um milhão de peregrinos, dois milhões ou talvez mais, quem sabe. O Ano Santo da Misericórdia do Papa Francisco deverá entrar para a história como um momento de espiritualidade em massa. Mas nada de números.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 06-05-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Não haverá shows, nem negócios, somente a redescoberta da caridade, da fé, da possibilidade individual de encontrar luz na escuridão. É isso que o Jubileu Extraordinário será no imaginário coletivo.
"Eu não gosto de fazer previsões, até porque não faz sentido. Hoje, não podemos ser infalíveis sobre os números. E, além disso, com Francisco, os números são maiores do que os do passado. Isso nos faz pensar em uma consistente presença de peregrinos." Quantos? Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, levanta os olhos para o céu. O fator Francisco é uma variável imprevisível.
A máquina está se colocando em movimento. Na próxima semana, haverá a primeira reunião bilateral entre Itália e Santa Sé para planejar a acolhida, o início de uma jornada que entrará na sua fase operacional no dia 8 de dezembro próximo, com a abertura da Porta Santa.
Embora em Roma estejam previstos apenas cerca de 20 eventos mundiais – incluindo o Jubileu dos doentes, dos catequistas, o dos prisioneiros, que será uma novidade absoluta, porque Bergoglio quer convidar os detentos para São Pedro –, resta o suspense sobre quantas pessoas Francisco vai atrair para Roma, ele que é o papa amado pelas multidões e que atua sobre as pessoas como um ímã.
Presos
O primeiro encontro está agendado para os dias 19 a 21 de janeiro. Será reservado àqueles que trabalham no setor da organização das peregrinações. Nessa ocasião, será pedido que os participantes façam um trecho a pé, para se preparar para atravessar a Porta Santa. "É um sinal para fazer com que se compreenda que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e, como tal, deve ser vivida."
No dia 6 de novembro, será realizado o Jubileu dos encarcerados. "Ele não acontecerá apenas nas prisões, mas estamos estudando a possibilidade de que alguns presos possam vir a São Pedro." A realização concreta, no entanto, ainda deverá ser vista.
Roma continua sendo o centro do Jubileu, mas só idealmente: muitas iniciativas estarão conectadas às periferias do mundo, nos santuários, nas dioceses. Outra novidade importante diz respeito ao envio de uma força-tarefa de religiosos, os missionários da misericórdia, aos quais será dado o poder de absolver pecados reservados à Santa Sé ou ao bispo. Por exemplo, o aborto.
"Ele serão o braço longo do papa." Na prática, poderão absolver os médicos pelo aborto provocado e também quem abortou. Embora, atualmente, cada bispo já possa conceder por iniciativa própria a faculdade de perdão ao cônego penitenciário.
Enquanto isso, foi apresentado o logotipo, foi ativada a página da internet (www.im.va) e está sendo estudado um aplicativo para smartphones. É a misericórdia 2.0.
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Jubileu: os presos em São Pedro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU