16 Abril 2015
“Eu me pergunto, por exemplo, se a assim dita teoria do gênero não seja também expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque não sabe mais confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo para trás', disse o Papa Francisco, na audiência geral de ontem, 15-04-2015, em Roma.
A reporta gem é de Luis Badilla, publicada por Il Sismografo, 15-04-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
Também hoje, quarta-feira 15 de abril, 13ª catequese de 2025, no decurso da Audiência geral, o Papa continuou os seus ensinamentos e as suas reflexões sobre a família, ciclo iniciado a mais de cinco meses. No hodierno encontro o Papa Francisco quis centrar o seu magistério sobre o tema do “grande dom que Deus fez à humanidade com a criação do homem e da mulher e com o sacramento do matrimônio”, e imediatamente esclareceu: “Esta catequese e a próxima consideram a diferença e a complementaridade entre o homem e a mulher, que estão na cúpula da criação divina; as duas aulas que seguirão serão sobre o Matrimônio”.
“Está claro, portanto, que o Santo Padre, na quarta-feira passada completou uma primeira série de catequeses dedicadas aos membros da família e que hoje, ao invés, abre um novo capítulo dedicado àqueles que – homem e mulher – tornam possíveis e reais tanto o matrimônio como a família. A esse respeito fez a seguinte afirmação de grande relevância: ‘Também o homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus. A diferença entre o homem e a mulher não é pela contraposição, ou a subordinação, mas pela comunhão e a gestação, sempre à imagem e semelhança de Deus’. “
Eis outras passagens essenciais da catequese do Papa Francisco:
1) Somos feitos para escutar-nos e ajudar-nos mutuamente. “A experiência no-lo ensina: para conhecer-se bem e crescer harmonicamente o ser humano necessita da reciprocidade entre homem e mulher. Quando isto não ocorre, se veem as consequências. Somos feitos para escutar-nos e ajudar-nos reciprocamente. Podemos dizer que sem o enriquecimento recíproco nesta relação – no pensamento e na ação, nos afetos e no trabalho, e também na fé – os dois não podem sequer entender até o fundo que coisa significa ser homem e mulher”. (...) Para resolver os seus problemas de relação, o homem e a mulher devem, ao invés, falar-se mais, conhecer-se mais, querer-se bem mais. Devem tratar-se com respeito e cooperar com amizade.”
2) Novos espaços, mas também novas dúvidas
“A cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão desta diferença. Mas, introduziu também muitas dúvidas e muito ceticismo. Eu me pergunto, por exemplo, se a assim dita teoria do gênero não seja também expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa cancelar muitas dúvidas e muito ceticismo. Pergunto-me, por exemplo, se a assim dita teoria do gênero não seja também expressão de uma frustração e de uma resignação, que visam cancelar a diferença sexual porque não sabe mais confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo para trás. A remoção da diferença é, de fato, o problema, não a solução.” (...) “Deus confiou a terra à aliança do homem e da mulher: sua falência enrijece o mundo dos afetos e obscurece o céu da esperança. Os sinais já são preocupantes, e os vemos. Gostaria de indicar, entre muitos deles, dois pontos que eu creio devam empenhar-nos com mais urgência”.
3) Fazer muito mais em favor da mulher. É indubitável que devemos fazer muito mais a favor da mulher, se quisermos devolver mais força à reciprocidade entre homens e mulheres. É necessário, de fato, que a mulher seja não só mais escutada, mas que sua voz tenha um peso real, uma credibilidade reconhecida, tanto na sociedade como na Igreja. O próprio modo com o qual Jesus considerou as mulheres, num contexto menos favorável do que o nosso, envia uma luz poderosa que ilumina uma estrada que leva longe e da qual percorremos somente um pedacinho. É uma estrada a percorrer com mais criatividade e audácia.
4) Crise de confiança e crise da aliança homem-mulher.
“Eu me pergunto se a crise de confiança coletiva em Deus, a qual nos faz tanto mal, nos faz adoecer de resignação à incredulidade e ao cinismo, se não é também conexa à crise da aliança entre homem e mulher. Com efeito, o conto bíblico, com o grande afresco simbólico sobe o paraíso terrestre e o pecado original, nos diz precisamente que a comunhão com Deus se reflete na comunhão do casal humano e a perda da confiança no Pai celeste gera divisão e conflito entre o homem e a mulher”.
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Papa Francisco: Remover as diferenças entre o homem e a mulher não é uma solução, antes cria um problema - Instituto Humanitas Unisinos - IHU