27 Fevereiro 2015
"Je suis Charlie, eu sou Charlie. Mas também Je suis prétentieux, ou eu sou pretensioso, ou, se quiserem, Je suis moraliste." A revista Famiglia Cristiana intervém contra o ''ataque contra o Papa Francisco", contido no número do semanário satírico francês Charlie Hebdo, nas bancas pela segunda vez depois do massacre.
A reportagem é de Virginia Piccolillo, publicada no jornal Corriere della Sera, 26-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Os nossos bravos cartunistas se entregaram à pregação. E não há nada mais triste do que um cartunista que se ergue a moralista e pregador", escreve a revista dos paulinos, aludindo ao desenho do pontífice, retratado como "um cão raivoso" e às afirmações: "Ele [o papa] nos aconselhou a ler a Bíblia, mas ele deveria reler os Evangelhos: um bom cristão nunca daria um soco em quem insulta a sua mãe, mas lhe daria a outra face".
"Portanto – replica a Famiglia Cristiana – os imitadores dos iluministas se transformam em fariseus (o que será que Voltaire diria...), citam o Evangelho e corrigem o papa sobre a piada pronunciada no voo entre o Sri Lanka e as Filipinas. Sem entender o significado daquela frase, que é um convite à ética da responsabilidade, mesmo quando se faz sátira, ao respeito pela liberdade alheia e por aquele núcleo de verdade e dignidade que cada religião traz consigo".
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Revista Famiglia Cristiana critica Charlie Hebdo: ''De cartunistas, vocês se tornaram moralistas'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU