19 Fevereiro 2015
Uma Igreja em saída não pode não repensar a própria linguagem e estilo comunicativo. Este será o tema da homilia, sobre o qual Francisco se pronunciará nesta quinta-feira, 19-02-2015, na Aula Paulo VI, no Vaticano, onde receberá durante a manhã o clero da diocese de Roma, no tradicional encontro de início da Quaresma. Tema sobre o qual recentemente se trabalhou para o Diretório Homilético, recomendando prédicas breves, eficazes, mas não espetaculares.
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada pelo Vatican Insider, 16-02-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
No livro “A homilia, evento comunicativo. Em busca de traços franciscanos” (Edições Messagero, Pádua, 120 pp, 9,50 euros) o padre Ugo Sartorio evidencia como hoje a homilia seja “uma mensagem a risco, um discurso público que perde consensos”.
De fato, segundo o teólogo franciscano, “fazer a moral, mais do que inadequado, é anti-evangélico, e somente a doutrina está em condições de nutrir a vida cristã”. E “o contexto fortemente midiatizado, ademais, nos tornou ouvintes simultaneamente distraídos e refinados, sujeitos a uma verdadeira e própria mutação antropológica: comunicar é antes de tudo encontro (ser-com) e troca”.
O Papa Francisco, na Evangelii gaudium, escreve: “Renovemos a nossa confiança na pregação, que se funda sobre a convicção que é Deus que deseja atingi os outros através do pregador”. Um convite a clarear o “como” e principalmente o “quem” da homilia. E, para os franciscanos, a interrogar-se o que significa hoje “anunciar aos fiéis os vícios e as virtudes, a pena e a glória com brevidade de discurso” (Regra bolada IX).
Francisco falará, portanto, de homilias no tradicional encontro de início da Quaresma com o clero romano, na quinta-feira, 19 de fevereiro, às 10 h., na Aula Paulo VI, no Vaticano. Anunciou-o o cardeal vigário Agostino Vallini numa carta aos sacerdotes da diocese de Roma, na qual apresentou “o encontro anual do nosso bispo com o presbítero diocesano, que vivenciamos sempre com alegria e tanto fruto espiritual”. “O tema – explica o cardeal Vallini – foi sugerido pelo Conselho dos Prefeitos, um argumento tratado pelo Santo Padre na exortação apostólica “Evangelii gaudium”, que o Pontífice acolheu com prazer”. Francisco, escreve o cardeal em sua carta, “falar-nos-á da Ars celebrandi e, em particular, da homilia na celebração da Eucaristia”.
Para que possam preparar-se de modo adequado ao encontro, por desejo do Papa, aos sacerdotes foi enviado o texto de uma intervenção de 2005 que o então cardeal Jorge Mario Bergoglio apresentou à Congregação para o culto divino e os sacramentos, precisamente sobre o tema da “Ars celebrandi” e não, ao invés o “Diretório Homilético” publicado nos dias passados pela Congregação do culto divino, precisamente como resultado do trabalho iniciado há dez anos.
Após a intervenção inicial, o Papa Francisco responderá a alguns sacerdotes que terão a possibilidade de apresentar perguntas.
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Repensar a linguagem da Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU