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O recado da Sapucaí à política brasileira. Entrevista especial com Jorge Furtado

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Por: Ricardo Machado | 23 Fevereiro 2018

Quando o samba irrompeu na avenida mais famosa do carnaval no Brasil, a Sapucaí, o país e o mundo estavam prestes a testemunhar, uma vez mais, o grito do povo brasileiro, silenciado pelos meios de comunicação hegemônicos, contra a corrupção e a manipulação midiática. O bumbo soou e os pilares das elites tremeram. “O fato de [os desfiles] serem transmitidos pela televisão e de serem amplamente divulgados pela imprensa foram importantes, principalmente o enredo da Tuiuti, para quebrar o silêncio sobre estes temas e demonstrar que a população não se informa apenas pela imprensa corporativa”, destaca o cineasta Jorge Furtado, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. As críticas das escolas, na opinião do entrevistado, não se restringem somente à direita. “As escolas de samba deram uma lição à esquerda brasileira”, pontua.

Apesar das profundas críticas trazidas nos desfiles, especialmente da Beija-Flor e da Paraíso do Tuiuti, campeã e vice, respectivamente, o carnaval carioca também mostrou suas contradições. “As escolas de samba são talvez um dos maiores exemplos da hipocrisia nacional. Todo mundo sabe que o jogo do bicho, o tráfico e a contravenção sustentam as escolas, que também recebem verbas públicas. Como disse Tom Jobim, ‘O Brasil não é para principiantes’”, pondera. Sobre a contribuição da arte para entender o país, especialmente o cinema, Furtado lembra que a “arte é anterior à política mas, de alguma maneira, toda arte é política, porque é pública. Para entender, por exemplo, o Brasil da ditadura militar (1960-1970) você precisa ver os filmes do Cinema Novo mas também os filmes do Roberto Carlos. Omissão também é política”.

Furtado | Foto: Wave Festival

Jorge Furtado é diretor, roteirista e cineasta brasileiro. Em sua carreira já trabalhou como diretor e roteirista em 13 longas-metragens, 15 curtas-metragens e um documentário.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como o desfile do carnaval carioca em 2018 chacoalhou os pilares da política nacional?

Jorge Furtado – O carnaval e o samba sempre dialogaram com a política, com críticas às questões sociais. Nosso primeiro samba gravado, "Pelo telefone", (Donga [1] e Mauro de Almeida [2]) já trazia a ironia de um delegado de polícia avisando de uma roleta – ilegal – na rua da Carioca. Os temas e os sambas da Beija-Flor e da Paraíso da Tuiuti foram a corrupção e o golpe parlamentar que tomaram conta do país. O fato de serem transmitidos pela televisão e de serem amplamente divulgados pela imprensa foram importantes, principalmente o enredo da Tuiuti, para quebrar o silêncio sobre estes temas e demonstrar que a população não se informa apenas pela imprensa corporativa.

IHU On-Line – De que forma um fenômeno cultural popular como o carnaval é capaz de traduzir os vícios da política e da cobertura midiática brasileira?

Jorge Furtado – Da forma mais simples e compreensível, com imagens claras, música, versos. Neste sentido, as escolas de samba deram uma lição à esquerda brasileira.

IHU On-Line – Tanto a agremiação campeã, Beija-Flor, quanto a vice, Paraíso do Tuiuti, fizeram críticas sociais em seus desfiles. Como entender a estratégia de cada uma delas?

As escolas de samba deram uma lição à esquerda brasileira

Jorge Furtado – As escolas procuram temas populares, que interessam à população. Estas duas agremiações acertaram ao perceber que a crise política e o golpe estavam na boca do povo.

IHU On-Line – Os críticos à Tuiuti dizem que ela só empregou três pessoas com CLT e criticou a reforma trabalhista. Os críticos à Beija-Flor, que criticou a corrupção, dizem que o presidente Anísio Abrahão é condenado pelo mesmo crime. Como entender as contradições em jogo?

Jorge Furtado – As escolas de samba são talvez um dos maiores exemplos da hipocrisia nacional. Todo mundo sabe que o jogo do bicho, o tráfico e a contravenção sustentam as escolas, que também recebem verbas públicas. Como disse Tom Jobim, “O Brasil não é para principiantes”.

IHU On-Line – Existe arte sem política? Qual o papel das expressões artísticas no atual momento que o Brasil vive?

Jorge Furtado – A arte é anterior à política mas, de alguma maneira, toda arte é política, porque é pública. Para entender, por exemplo, o Brasil da ditadura militar (1960-1970) você precisa ver os filmes do Cinema Novo mas também os filmes do Roberto Carlos. Omissão também é política.

IHU On-Line – Em um país em que o Congresso parece alheio aos problemas do Brasil “pé no chão”, como o carnaval transforma-se em um ato político de dimensão internacional?

Jorge Furtado – O Congresso Brasileiro hoje é formado majoritariamente por contraventores de várias espécies, acoitados sob o foro especial para escapar da cadeia. Felizmente a arte brasileira está muito acima dos seus políticos.

IHU On-Line – Nem bem os tamborins tinham esfriado, a União em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro colocaram em prática uma intervenção federal com militares assumindo a segurança pública. Como o senhor avalia essa estratégia? Que recado ela passa?

As escolas de samba são talvez um dos maiores exemplos da hipocrisia nacional

Jorge Furtado – A intervenção militar no Rio é mais uma patifaria de um governo ilegítimo e corrupto. É bom lembrar que, em 1887, o líder abolicionista Joaquim Nabuco [3] pediu aos militares que se negassem ao papel degradante de “capitães-do-mato na pegada de negros fugidos”. Deodoro da Fonseca [4], autorizado pelos seus pares em assembleia, repeliu a presença do Exército na obra repressora: “Não nos deem tais ordens, porque não as cumpriremos”. Parece que o Brasil voltou ao estágio anterior a 1887.

IHU On-Line – Em que medida o cinema ajuda e/ou atrapalha na compreensão de questões de fundo sobre a sociedade brasileira, como, por exemplo, a questão da corrupção em “Polícia Federal – A lei é para todos” e sobre a violência midiática-policial nos dois longas Tropa de Elite?

Jorge Furtado – O cinema reflete o país e suas contradições. Há filmes de todo tipo, bons e ruins, progressistas e reacionários. É assim em todos os países. É claro que os filmes que dão suporte ideológico ao sistema dominante têm maior visibilidade e recursos.

IHU On-Line – Qual o papel da "sétima arte" nesse contexto?

Como disse Tom Jobim, “O Brasil não é para principiantes”

Jorge Furtado – O papel dos cineastas é fazer bons filmes, em qualquer contexto. Os bons filmes sobreviverão, os maus serão esquecidos, como em qualquer arte.

IHU On-Line - Qual o papel das artes, em geral, em um país como o Brasil, onde a cobertura jornalística hegemônica tende a ser conservadora e reativa?

Jorge Furtado – O papel da arte é nos ensinar algo sobre nós mesmos e sobre o mundo. Como ensinou o poeta romano Marco Tulio Cícero [5], "O poema ensina ou delicia. Ou ambos, e este é o que vicia".

Notas:

[1] Ernesto Joaquim Maria dos Santos ou Donga (1890-1974): foi um músico, compositor e violonista brasileiro. (Nota de IHU On-Line)

[2] Mauro de Almeida (1882-1956): foi um teatrólogo, jornalista e compositor brasileiro. (Nota de IHU On-Line)

[3] Joaquim Nabuco [Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo] (1849-1910): político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador. Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil (1822-1889), além de orador, poeta e memorialista. Opôs-se de maneira veemente à escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas atividades políticas quanto de seus escritos. Fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 e fundou a Sociedade Anti-Escravidão Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela Abolição em 1888. (Nota de IHU On-Line)

[4] Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892): militar e político brasileiro, proclamador da República e primeiro presidente do Brasil. O Governo Deodoro foi marcado pelo esforço da implantação de um regime de Estado Republicano, mas foi caracterizado, entretanto, por grande instabilidade política e também econômica, devido às tentativas de centralização do poder, da movimentação de opositores da queda do Império, e por parte de outros setores das Forças Armadas descontentes com a situação política republicana. A crise teve seu ápice no fechamento do "Congresso Nacional do Brasil", o que mais tarde acabou levando à renúncia de Deodoro da Fonseca. (Nota de IHU On-Line)

[5] Marco Túlio Cícero (106-43a.C): foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da gens Túlia da República Romana eleito cônsul em 63 a.C. (Nota de IHU On-Line)

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