Por: Jonas | 31 Agosto 2013
A Igreja manifestou sua “imensa alegria” pelo anúncio do presidente Juan Manuel Santos, de que seu Governo está pronto para iniciar diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o que o episcopado considera “imperativo” para o país.
A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 30-08-2013. A tradução é do Cepat.
O arcebispo de Bogotá e presidente da Conferência Episcopal Colombiana, Rubén Salazar, fez referência à possível negociação com o ELN, destacando que para alcançar a paz do país é necessário dialogar com essa guerrilha, da mesma forma como é feito, desde novembro de 2012, em Cuba, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
“Sempre dissemos que não era suficiente manter um diálogo com as Farc, mas que também era necessário e imperativo um diálogo com o ELN, que contasse com características próprias porque são duas guerrilhas muito diferentes, e neste momento a situação das duas é muito distinta”, disse Salazar, numa coletiva de imprensa em Bogotá, por ocasião da inauguração da feira ExpoCatólica.
Santos disse que a intenção do Governo em conversar com o ELN é uma resposta à libertação que esse grupo fez, na terça-feira, do geólogo canadense Gernot Wobert, que ficou sequestrado por mais de sete meses, e ao desejo de negociar a paz, expresso nesse mesmo dia pelo chefe dessa guerrilha, Nicolás Rodríguez Bautista, apelidado como “Gabino”.
“Eu quero responder-lhe dizendo que o Governo está pronto para dar esse passo também, e tomara que possamos regulamentar os procedimentos necessários para iniciar o mais rápido possível um diálogo com o ELN, para ver se de uma vez por todas colocamos fim ao conflito com os dois grupos que estiveram envolvidos no conflito”, expressou o chefe de Estado.
A esse respeito, Salazar destacou que no episcopado colombiano “indubitavelmente saudamos com imensa alegria a possibilidade de iniciar conversas com o ELN” e reiterou a disposição da Igreja católica em ajudar no que for possível para o êxito dessa eventual negociação.
“Como sempre, nós estamos dispostos a apoiar, animar e estar por trás, tornando possível que se mantenha a conversa, que se mantenha o diálogo, que não se interrompa. Que as dificuldades que surjam no caminho não cheguem precisamente a romper aquilo que tanto necessitamos”, manifestou o cardeal.
O purpurado explicou que os bispos não participam em negociações de paz, mas que podem contribuir para criar um ambiente favorável para os diálogos.
“A nossa missão é promover a paz e, portanto, criar condições favoráveis para que aconteçam os diálogos entre o Governo e o ELN”, explanou.
Nesse sentido, o cardeal convidou o ELN, a segunda guerrilha do país, para que se comprometa com a negociação e deponha as armas.
“Nós temos certa comunicação com líderes do ELN, em certos momentos é possível chegar até eles e sempre fizemos o convite para que deponham as armas e verdadeiramente sentem para dialogar e se reintegrem totalmente à vida civil”, manifestou.
Entre seus membros históricos, o ELN tem o padre guerrilheiro Camilo Torres, um dos pioneiros da Teologia da Libertação, morto em um combate com o Exército em 1966.
Para a libertação de Wobert, o ELN pediu que na missão humanitária encarregada de recebê-lo, liderada por delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR), também estivesse o arcebispo de Cáli, Darío de Jesús Monsalve, e o superior dos jesuítas na Colômbia, o sacerdote Francisco de Roux.
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A Igreja colombiana confirma contatos com o Exército de Libertação Nacional - Instituto Humanitas Unisinos - IHU