14 Novembro 2025
A cruz foi projetada para ser quase tão alta quanto o edifício mais alto do mundo: a "Cruz Gloriosa" em Dozulé, no norte da França. Diz-se que o próprio Jesus encomendou a construção da cruz de 738 metros de altura. O Vaticano declarou agora, de forma definitiva, que as supostas aparições do Filho de Deus não têm origem sobrenatural. O Papa Leão XIV aprovou a carta da Congregação para a Doutrina da Fé ao bispo francês responsável em 03-11-2025.
A informação é publicada por Katholisch, 12-11-2025.
Na década de 1970, Jesus teria aparecido a um morador de Dozulé quase 50 vezes. Entre outras coisas, ele teria pedido a construção de uma cruz iluminada de 738 metros de altura perto da pequena cidade francesa na Normandia. Já no início da década de 1980, o bispo de Bayeux-Lisieux declarou que não havia encontrado nenhuma evidência que comprovasse a autenticidade das aparições.
O Vaticano encara criticamente o conteúdo das alegadas aparições
A cruz gigante nunca foi construída; em vez disso, versões menores da "Cruz Gloriosa", em escala de 1:100, foram espalhadas. Diz-se que Jesus instruiu outro vidente a fazer isso. Mesmo assim, os bispos se distanciaram das supostas revelações e da ereção das cruzes. Em alguns lugares, as cruzes de 7,38 metros de altura levaram a disputas legais entre vizinhos e tiveram que ser removidas.
O Vaticano encara alguns aspectos das supostas aparições com ceticismo. Por exemplo, considera enganosa a comparação feita em uma suposta mensagem entre a cruz francesa e a cruz de Jerusalém, na qual Jesus morreu. A morte de Jesus na cruz é única e irrepetível; nenhum outro "sinal" da cruz – seja piedoso ou monumental – pode ser considerado no mesmo nível, afirma o Vaticano.
Problemático suposto anúncio do Juízo Final
Outro problema é o suposto anúncio do Juízo Final por Jesus, feito pelo vidente. Segundo a embaixada, a cruz gigante deveria ter sido erguida antes do fim do Ano Santo de 1975, supostamente o último da história da humanidade. "É óbvio que essa suposta profecia não se cumpriu", escreve o Cardeal Victor Fernández, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Mensagens que falam de um "fim iminente" ou de uma "data próxima" podem alimentar expectativas infundadas ou visões que se desviam da esperança cristã. No entanto, nenhuma mensagem privada pode antecipar ou determinar esse tempo designado por Deus. "A oração, o amor pelos que sofrem e a veneração da Cruz continuam sendo meios autênticos de conversão", conclui o Dicastério para a Doutrina da Fé em sua carta ao bispo francês. Contudo, não devem ser acompanhados de elementos que levem à confusão.
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