05 Agosto 2016
Um dia antes do início da Olimpíada, prefeitura e governo federal, enfim, apresentaram um plano conjunto para o uso das arenas esportivas construídas para o evento após do final dos Jogos. Divulgaram também que até R$ 59 milhões por ano, em recursos públicos, serão gastos todo ano na manutenção duas maiores áreas de competição da Rio-2016: Parque Olímpico da Barra e Complexo de Deodoro.
A reportagem é de Vinicius Konchinski, publicada por portal Uol, 04-08-2016.
Só o Complexo de Deodoro – área que compreende o Centro Nacional de Tiro Esportivo, Centro Nacional de Hipismo, entre outras estruturas -, vai custar cerca R$ 46 milhões por ano. O dinheiro para a manutenção do espaço saíra do orçamento do Ministério do Esporte. Quem fará a gestão do local será o Exército Brasileiro, que já se utiliza da área.
Já as arenas do Parque Olímpico da Barra – Centro Olímpico de Tênis, Velódromo e Arenas Cariocas - consumirão até R$ 13 milhões. No caso dessas instalações, o recurso para a manutenção virá dos cofres da prefeitura, que já lançou uma licitação para contratar uma empresa para gerir os espaços depois do fim da Olimpíada.
Empresas interessadas em assumir as arenas, aliás, deveriam ter entregues suas propostas para a licitação nesta quinta. Segundo o prefeito Eduardo Paes, porém, o Tribunal de Contas do Município pediu mais informações sobre a concorrência antes de ela ser concluída. A entrega das propostas foi adiada para o final do mês.
A licitação foi lançada em junho. Previa gastos de até R$ 32 milhões com as arenas. A prefeitura, porém, está reviu a concorrência. O gasto público foi reduzido.
Governo afastado x governo provisório
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, participou da apresentação do plano de legado das arenas olímpicas. Disse que o plano de utilização dos espaços, que foi motivo de cobranças da Justiça e do TCU (Tribunal de Contas da União), só saiu agora pois o governo afastado “tinha pouca ação” para elaborá-lo.
Picciani, que assumiu o ministério em meados de maio, afirmou ter liderado um grande esforço para construir o plano de legado das arenas olímpicas em 40 dias. Usou, entretanto, boa parte das ideias já apresentadas por ex-ministros do governo Dilma anos antes da conclusão das obras das arenas olímpicas.
O ministro chegou a apresentar um vídeo promocional com imagens captadas durante governo anterior. Questionado sobre a influência do governo afastado nas propostas do governo provisório, ele reconheceu que há concordância em certos pontos. Fez uma ressalva: “a ideia da união dos centros de treinamento é minha”, disse ele.
A ideia que Picciani diz ser dele prevê o uso de arenas olímpicas como parte de uma rede nacional de instalações esportivas. Essa rede será composta por ginásios e pistas de atletismo de vários locais do país. As instalações olímpicas servirão como centros de excelência, para onde serão encaminhados talentos descobertos pelo Brasil.
“A rede nacional de treinamento é a prioridade do Ministério do Esporte a partir de agora”, afirmou. “Todos nossos esforços estão concentrados nisso. ”
Apoio ao esporte indefinido
Apesar dessa prioridade, o governo federal ainda não sabe quanto gastará para apoiar as atividades esportivas após a Olimpíada. Todo plano de investimento em esporte do Ministério leva em conta o período até o fim da Olimpíada. O órgão não tem informações consolidadas sobre os gastos pós-Rio-2016.
No último ciclo olímpico (de Londres-2012 a Rio-2016), o governo federal e suas estatais investiram R$ 2,5 bilhões no esporte nacional. Oficialmente, o governo diz que pretende manter esse patamar de investimentos. Esse valor ainda não foi confirmado.
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Arenas olímpicas vão consumir até R$ 59 milhões por ano após Jogos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU