19 Mai 2016
Em vídeo o pastor Marco Feliciano não poupa elogios ao presidente interino Michel Temer e críticas aos artistas do país. O pastor passeia pela raiva, ironia, contundência e desemboca, é claro, na ignorância de quem não tem a mínima noção da importância da arte e da cultura para um país. Ou saiba, e prefira que não se alastre o senso crítico ou mesmo a leitura crítica.
A informação é de Lourdes Nassif, publicada por Jornal GGN, 19-05-2016.
Ele elogia Temer por sua entrevista no Fantástico, suas escolhas até então, sua coerência, e lhe dá apoio incondicional (não vai pedir nada em troca?) nas próximas medidas que virão. E, com voz mansa do cordeiro pregador, diz que, no entanto, está preocupado. E o está (preocupado) pois parece que algumas pessoas que Temer colocou lá demonstram não ter coragem para fazer o que é necessário.
E o que seria necessário?
Diz que parece que alguns dos empossados parecem não ter forças para encarar "ativistas", encarar "movimentos sociais", encarar "intelectuais e artistas que até ontem foram contrários à vossa excelência". Daí começa o festival de ironia, mandando os intelectuais e artistas tristes com o fechamento do ministério da Cultura, que procurem o ministério do Trabalho, fala para irem procurar o quê fazer e que parem de ficar sugando nas tetas do governo. Feliciano é tão doce para falar verdades tão "verdadeiras". Emociona mesmo. Dá até para entender porque tem tantos clientes em seu ministério da fé.
O pastor deita e rola na crítica aos "descontentes" e é pródigo na pregação, porém poderia colocar na sua lista de "coragens" a derrubada de certas regalias que as igrejas conseguiram com esta "bancada corajosa" de parlamentares-pastores que só pensam em si. A ideia seria bem interessante: derrubar as isenções que as igrejas conseguiram.
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