12 Mai 2016
O bispo da Diocese de Raleigh, Dom Michael Burbidge, pediu, num comunicado de 6 de maio deste ano, que os legisladores da Carolina do Norte e o governo federal americano reexaminem o tratamento que estão dando à questão dos banheiros LGBTs, propondo uma alternativa diferente a um projeto de lei – que exige que as pessoas usem os banheiros que correspondem ao gênero de nascimento –, alternativa que defenderia a dignidade humana, evitaria a intolerância e respeitaria a liberdade religiosa, entre outras coisas.
A reportagem é de Traci Badalucco, publicada por National Catholic Reporter, 10-05-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Burbidge disse achar, após analisar interpretações dadas ao projeto, que um método diferenciado se faz necessário, “seja uma legislação nova, seja alguma outra medida”. No entanto, o bispo não apresentou nada em específico.
“Na qualidade de líder religioso, tenho a responsabilidade de transmitir os ensinamentos da Igreja Católica e defender os seus princípios, sobre os quais a legislação pode se edificar”, afirmou ele num comunicado postado no sítio eletrônico da Diocese de Raleigh.
Burbidge chamou de “senso comum” os banheiros especificados por gênero nas paróquias e escolas católicas na Carolina do Norte, acrescentando que a forma como as organizações e escolas religiosas escolhem operar deveria ser respeitada.
A pessoa que tiver dúvidas sobre o funcionamento da diocese nestes ambientes deve dirigir-se aos padres diocesanos, disse Burbidge, o que inclui ele próprio.
“Ninguém deve se sentir como se não fosse bem-vindo em nossas comunidades de fé”, escreveu o religioso. “Isso vale independentemente do gênero ou da identidade de gênero do sujeito”.
Burbidge instou as autoridades públicas a discutirem a questão com “amor e respeito mútuo”, antes de tomarem outras medidas.
Este comunicado do bispo veio poucos dias antes de o Ministério da Justiça americano e a Carolina do Norte se desentenderem em um processo judicial onde ambos se acusam de estarem violando direitos civis, segundo reportagem publicada pela agência Reuters.
No caso, o Ministério da Justiça americano afirma que a lei em questão é uma violação da Lei dos Direitos Civis de 1964.
Horas antes, o governador republicado Pat McCrory e o secretário de segurança pública estadual acusaram o governo federal de estar “atuando sem base jurídica e cometendo extrapolações flagrantes” em seu próprio processo impetrado num tribunal federal.
O estado da Carolina do Norte é o único nos EUA a aprovar uma lei que exige que pessoas usem os banheiros de acordo com o seu gênero informado no nascimento.
Legisladores do Kansas apresentaram leis idênticas no mês passado, as quais exigiriam medidas semelhantes.
A proposta de lei em questão iria exigir que os alunos do ensino básico e universitários no Kansas usem banheiros de acordo com o sexo indicado em suas certidões de nascimento. Os projetos de lei definem sexo como “um cromossomo da pessoa, conforme se identifica no nascimento pela anatomia do indivíduo”.
Se aprovada, as instituições seriam multadas em 2.500 dólares toda vez que alguém encontrar uma pessoa do sexo oposto no banheiro.
A Assembleia Legislativa do Kansas interrompeu os trabalhos em 2 de maio sem debruçar-se sobre os projetos propostos.
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Bispo da Carolina do Norte pede mudanças no projeto de lei que regulamenta banheiros - Instituto Humanitas Unisinos - IHU