02 Mai 2016
Que “padre Matteo” (em italiano Dom Matteo), com o novo arcebispo de Bolonha, D. Zuppi, se faz chamar amigavelmente, fosse muito sensível aos problemas dos trabalhadores, tem sido claro desde o início de sua atividade pastoral: por convite do secretário da Fiom, foi imediatamente encontrar os operários da Saeco, que controlavam os portões da fazenda para protestar contra o risco-fechamento.
A reportagem é de Franco Giubilei, publicado por La Stampa, 01-05-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
Hoje, depois, o bispo estará sobre o palco do dia Primeiro de Maio na Praça Maggiore, e talvez pela primeira vez na Itália uma manifestação do sindicato verá a presença de um alto representante da hierarquia eclesiástica:
“Seguramente virei trazer uma saudação a vós e às associações dos inábeis”, disse o bispo ao secretário provincial da CISL Alessandro Alberoni, logo que soube que a jornada teria sido dedicada às demissões.
“Quando estourou a ocorrência da Saeco, ele me chamou e me disse que queria receber os trabalhadores, demonstrando desde o primeiro momento grande atenção ao mundo do trabalho”, conta o secretário da CISL.
Mas, há também outros episódios significativos, a começar pela decisão de D. Zuppi de destinar parte dos títulos da FAAC, a multinacional de propriedade da Cúria bolonhesa, à criação de um fundo para as famílias em dificuldade: “Neste ano cinco milhões de euros de dividendos da empresa serão empregados para um fundo que preveja intervenções urgentes a favor de núcleos familiares com desempregados, para o pagamento de boletos ou taxas universitárias – sublinha Alberani.
Está em estudo também um instrumento para criar trabalho, em colaboração com as empresas e com o mundo da cooperação”. Com respeito ao ex-arcebispo de Bolonha, D. Caffarra, o salto é notável: “Estava seguramente atento aos problemas do trabalho, mas era também muito mais tradicional na aproximação”.
Há dez dias “dom” Matteo Zuppi, já bispo auxiliar de Roma e com experiência na comunidade de Sant’ Egídio, visitou Ducati e falou com os empregados, à sua maneira direta. Um estilo que na embora sempre vermelha Bolonha agrada também aos sindicatos politicamente mais distantes da Igreja, a começar pela FIOM: “É um bispo muito sensível aos problemas dos trabalhadores, que tem demonstrado indo pessoalmente à Saeco no dia de sua posse” – explica Bruno Papignani, secretário regional.
“Quanto à sua participação no dia Primeiro de maio, o bispo não é novo em tomar posição em defesa dos trabalhadores, mas de um ponto de vista formal é seguramente uma novidade”. O tempo de subir ao palco dos sindicatos, para onde foram convidados também os representantes da comunidade islâmica e da comunidade hebraica, de saudar a multidão e as associações, e depois D. Zuppi irá à catedral para celebrar a missa. O suficiente para apontar um sinal diferente em relação ao passado recente: “Seguramente não é um fato usual. Nos últimos anos o tema do trabalho fora colocado num segundo plano, e D. Zuppi, ao invés, desde o primeiro momento o colocou no centro, em linha com a mensagem do Papa”.
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Novo Arcebispo de Bolonha no 1º de Maio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU