23 Fevereiro 2016
Seis trabalhadores foram resgatados na semana passada pela fiscalização na fazenda Prazeres, zona rural de Riachão das Neves, cidade no interior da Bahia. De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social, eles haviam sido contratados para desmatar uma área que seria usada para criação de gado de corte, em uma vila a aproximadamente 40 quilômetros do centro do município. "Para cada árvore derrubada e transformada em toco para a cerca, os trabalhadores tinham a promessa de receber três reais", diz o ministério.
A reportagem foi publicada por Rede Brasil Atual, 22-02-2016.
Segundo a força-tarefa com diversos órgãos públicos, eles não tinham carteira assinada, dormiam em alojamentos improvisados, sem água potável e energia elétrica, e em condições mínimas de higiene. "A carne que consumiam era conservada em sal e ficava dependura em um varal ao relento", disse o auditor-fiscal Mário Diniz, da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia.
O alojamento foi interditado, e as atividades só poderão ser retomadas depois que todas as irregularidades forem corrigidas. Ainda segundo o ministério, o empresário fez o pagamento das rescisões (no valor total de R$ 15 mil) e se comprometeu a assinar a carteira dos empregados, que também receberão três parcelas de seguro-desemprego. Eles serão encaminhados a políticas públicas de assistência social e de qualificação profissional.
De acordo com o ministério, o fazendeiro não quis pagar indenização à sociedade pelo crime. Por isso, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União deverão abrir uma ação civil pública, na qual pedirão multa no valor de R$ 1 milhão.
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Resgatados de trabalho escravo preparavam área para o gado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU