14 Dezembro 2015
O pequeno Divane Dignity, com a mãe Collins, do Camarões, estiveram presentes na tarde desse domingo, às 16 horas, na abertura da Porta da Misericórdia da catedral de Fano, na Itália. A sua presença não é casula, mas foi desejada por Dom Armando Trasarti no início do Jubileu diocesano.
A reportagem é de Anna Marchetti, publicada no sítio Quotidiano.net, 13-12-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Divane Dignity, que hoje tem três meses, está hospedado, com a mãe Collins, graças à cooperativa Labirinto, em uma casa de Roncosambaccio, junto com outras 16 meninas provenientes do Camarões, Nigéria, Gana e Burkina Faso, à espera de obter o status de refugiada política.
A história de Divane Dignity, ao contrário de tantas crianças que morrem no mar – a Fundação Migrantes denunciou cerca de 700 mortes de crianças, esquecidas – é uma história com final feliz. Collins, perto de dar à luz, no dia 18 de setembro passado, estava em um dos muitos barcos que atravessam o Mediterrâneo, interceptado pelo navio dos Médicos Sem Fronteiras "Dignity", daí o nome do meio de Divane. E foi justamente nesse navio que o menino nasceu.
Mãe e bebê esperaram a chegada do bispo na frente da catedral, onde terminou a breve peregrinação que, às 15h30, partiu da Basílica de San Paterniano.
Na praça da catedral, o bispo tomou Divane nos braços e, com ele e a sua mãe, entrou na igreja. Um gesto importante porque, explica o Pe. Francesco Pierpaoli, coordenador diocesano para o Jubileu, "com a abertura da porta jubilar, abrimo-nos à misericórdia, à acolhida e à hospitalidade. Não por acaso, a primeira viagem do Papa Francisco fora de Roma foi para Lampedusa, onde, no litoral, os moradores, justamente como sinal de acolhida, colocaram uma porta".
"Um gesto que, para os fiéis – comenta Cristina Ugolini, da cooperativa Labirinto –, tem um grande valor religioso, mas também serve para enfatizar que o conhecimento do outro é o único modo para vencer os preconceitos."
Divane se salvou, "mas há muitas, muitas crianças que perdem a vida no mar no silêncio absoluto, sem que nós sequer tomemos consciência disso."
Entre as "Obras sob o sinal do Jubileu", a diocese também inseriu "a acolhida aos migrantes requerentes de asilo", que visa "à sensibilização das famílias e das paróquias à acolhida, à inclusão e à partilha com os requerentes de asilo e os refugiados que pernoitam regularmente".
Outra "obra sob o sinal do Jubileu" será em colaboração com a Cáritas: a "escuta e a orientação aos serviços de saúde e aos remédios para as pessoas em dificuldade econômica, com problemas de saúde, sem-teto ou residentes na diocese".
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Nascido no mar, bebê abre o Jubileu nos braços do bispo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU