27 Novembro 2015
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), reuniu os colegas da 2ª turma da corte em seu gabinete, na terça (24), para uma reunião de emergência, em caráter informal. Queria avisá-los com antecedência que autorizaria a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Tentava obter apoio antecipado para medida considerada excepcional e extrema.
Da coluna de Mônica Bergamo, jornalista, publicada no jornal Folha de S. Paulo, 27-11-2015.
Ministros da turma de Teori, formada por Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia, chegaram à reunião resistindo à medida. Os fatos mostrados por Zavascki, no entanto, eram "tão chocantes", nas palavras de um dos magistrados, que todos, por unanimidade, concordaram que a prisão era inevitável.
Zavascki, que, antes mesmo de tomar conhecimento dos fatos envolvendo Delcídio do Amaral, já dizia a amigos íntimos e a colegas do próprio tribunal que "o pior ainda está por ser revelado", segue adotando o mesmo tom grave em relação à Lava Jato.
Os avisos alarmistas incluem a delação premiada de Nestor Cerveró, que Zavascki homologou há alguns dias. O ministro, que define o ex-diretor da Petrobras como um homem que "sabe muito", é um dos poucos no país que têm pleno conhecimento do conteúdo, aparentemente explosivo, das revelações do ex-executivo.
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‘Fatos chocantes’. ‘O pior ainda está por ser revelado’, segundo ministro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU