26 Novembro 2015
A mala do papa para a África será leve. Nada de coletes à prova de balas, nem precauções particulares. Nestes dias, ele confirmou até a utilização do jipe descoberto a fim de conseguir cumprimentar o máximo de pessoas possível, fazendo com que o carro pare ao seu sinal, para fazer com que alguma criança curiosa possa subir.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 25-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As pessoas na África devem conseguir vê-lo, mesmo de longe, e não importa se isso provocar taquicardia na segurança de três Estados, das Nações Unidas e do Quênia, onde há muito tempo o medo de um atentado não se aplaca, dadas as infiltrações dos Shabab, as milícias somalis ligadas à Al-Qaeda.
Depois, ele vai visitar Uganda e a África Central, uma terra muito rica e muito pobre ao mesmo tempo, atravessada por três anos de guerra civil entre muçulmanos (infiltrados por terroristas do Chade e do Mali) e cristãos. Seleka contra anti-Balaka, o mesmo terror, devastação, sangue, ódio cego. Nem mesmo os trágicos acontecimentos de Paris conseguiram mudar Bergoglio de ideia. A dor não o afetou.
Ao contrário: convenceu-o a estender ainda mais a mão. Aqueles que o observaram nos últimos dias descreveram um homem sereno, dotado de uma grande força interior, que não se deixa atacar pelas angústias cotidianas.
"Mensageiro da paz"
Como papa, venceu a relutância a viajar, deixando para trás muitas neuroses, consciente de que agora ele se tornou o ponto de referência para os cristãos do mundo, para as pessoas de boa vontade.
Também desta vez ele não teve dúvidas, confirmando todas as três etapas: Nairóbi, Kampala e Bangui. Pela primeira vez, na manhã dessa quarta-feira, na decolagem do avião da Alitalia, não estava com ele o chefe da Gendarmeria, Giani, enviado por Bergoglio a Nairóbi e a Bangui antecipadamente, para preparar in loco as medidas necessárias para proteger a sua comitiva, os jornalistas e a imensa multidão prevista para todos os lugares visitados.
A colaboração foi máxima em todas as partes. Em Bangui, até mesmo as pessoas simples estão se comprometendo diretamente nos vários distritos. O bispo Nzapalinga fez acordos diretos com o imã e com os líderes tribais.
"A chegada do papa é vista por todos como o sinal de uma grande solidariedade. Graças às suas palavras, a ignorada República Centro-Africana entendeu que não está sozinha. No bairro de Km5, de maioria muçulmana, assim como em Boy-Rabe, já há faixas que dão as boas-vindas àquele que aqui é chamado mais de Watokua-ti-siriri, o mensageiro da paz."
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Jipe aberto e nada de colete à prova de balas: Bergoglio na África sem medo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU