16 Outubro 2015
O Papa Francisco concedeu uma entrevista exclusiva à jornalista Caroline Pigozzi, do Paris Match, vaticanista de longo curso e enviada nas viagens papaís e também autora de numerosos volumes sobre a Igreja Católica e o Vaticano. “Um momento inesquecível”, confia a jornalista na web (a entrevista completa, ao invés, está somente no semanário hoje no prelo.
A informação é publicada no jornal Avvenire, 15-10-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
Padre de rua
“Sempre fui um padre de rua” e também agora “me agradaria passear pelas ruas de Roma, cidade muito bela”.
E à jornalista que lhe pergunta se gostaria de circular vestido simplesmente como padre, replica: “Não abandonei completamente o meu clergyman preto sob a veste branca”.
Agradar-me-ia comer uma boa pizza com os amigos, mas sei que não é fácil, e até praticamente impossível. Mas não me falta o contato com o povo, vejo mais pessoas agora do que quando eu estava em Buenos Aires”.
O dinheiro e o capitalismo
Não é o dinheiro em si ou o capitalismo que são “diabólicos”, eles se tornam tal se são “transformados em ídolos”. O Papa sublinha que não são condenáveis se “permanecem como instrumentos. Ao contrário, se o bem comum e a dignidade dos seres humanos passam ao segundo, para não dizer ao terceiro posto, se o dinheiro e o lucro se tornam fetiches a adorar, então as nossas sociedades vão à ruína. Os homens e a inteira criação não devem estar a serviço do dinheiro”.
Ambiente, os cristãos inclinados ao realismo
“Os cristãos são inclinados ao realismo e não ao catastrofismo. Todavia, não podemos esconder uma evidência: o sistema atual é insustentável”. O Papa o diz na entrevista, referindo-se à degradação ambiental do planeta. “Espero vivamente que este summit – diz Bergoglio referindo-se à Conferência de Paris sobre o ambiente – possa contribuir para escolhas concretas, compartilhadas e com objetivos de longo termo para o bem comum”.
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O Papa: “Eu, padre de rua” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU