Por: André | 22 Julho 2015
Nos dias 21 e 22 de julho acontece, no Vaticano, um importante encontro organizado pelo Papa Francisco. Ali estão reunidos prefeitos de todo o mundo para tratar de temas de primeira importância.
Fonte: http://bit.ly/1MnlgcH |
A reportagem é publicada por Religión Digital, 21-07-2015. A tradução é de André Langer.
Para esta reunião, o Sumo Pontífice convidou a ex-modelo e empresária argentina Valeria Mazza para ser a mestre de cerimônias. Antes da viagem à Santa Sé, a modelo disse: “Estou muito emocionada, honrada e agradecida pelo fato de que Sua Santidade e dom Sanchez Sorondo tenham pensado em mim para participar e contribuir com meu grãozinho de areia para a organização deste encontro. Minhas viagens à África, há dois anos, acompanhando as campanhas da UNICEF, foram as experiências mais intensas da minha vida, e hoje este convite me sensibiliza e mobiliza tanto quanto naquela vez. Os temas que serão tratados pelos líderes são temas que o mundo ainda precisa enfrentar”, explicou.
O evento será transmitido ao vivo e poderá ser acompanhado pela internet pelo canal oficial do Vaticano. Nesta reunião se debaterão os males que hoje Francisco vê como mais pertinentes: as formas contemporâneas de escravidão (fundamentalmente o tráfico de pessoas) e a mudança climática. Serão 60 prefeitos presentes, que irão expor sua visão sobre estas duas problemáticas que castigam o mundo.
Duas jovens mexicanas pediram (foto), no Vaticano, para que se acabe com o tráfico de pessoas e recordaram suas experiências em situação de escravidão, uma obrigada a exercer a prostituição e a outra submetida a trabalhos forçados.
Elas o fizeram na abertura do fórum “Escravidão moderna e mudança climática: o compromisso das cidades”, no qual o Papa interveio para debater sobre estas duas máculas junto com os líderes políticos locais.
A primeira a tomar a palavra foi Karla Jacinto, uma jovem mexicana que recordou diante dos participantes sua infância e um ambiente familiar convulsivo no qual sofreu abusos físicos e sexuais. “Na minha família eu não era feliz. Meus irmãos me violavam e minha mãe me odiava”, assinalou Karla. Recordou que o modo como caiu em uma rede de proxenetas, ao conhecer um rapaz que disse estar apaixonado por ela, que se converteu em seu proxeneta e a obrigou a se prostituir durante vários anos.
Ficou grávida dele e recordou como teve que se prostituir até os oito meses de gestação e que, após dar à luz, tiraram-lhe sua filha, a qual não pôde ver durante um ano. Ela “acreditava que toda a sua vida seria assim”, até que recorreu à Fundação Caminho para Casa, que a ajudou a sair desta situação. Com seu testemunho no Vaticano, Karla Jacinto pediu o esforço das autoridades na luta contra o tráfico de pessoas.
A outra mulher que interveio foi Ana Laura Pérez, que relatou como foi escravizada e obrigada a trabalhar sem descanso e em condições desumanas em uma alfaiataria.
Sofreu todo tipo de pancadas e vexações, obrigada a trabalhar presa a uma corrente e sem comer, até que conseguiu fugir e denunciar os fatos com o apoio da Comissão Unidos Contra o Tráfico de Pessoas.
A jornada continuará com a intervenção de prefeitos e autoridades locais de todo o mundo, como a prefeita de Madri, Manuela Carmena, ou o prefeito de Bogotá, Gustavo Petro.
O Papa Francisco participou do fórum durante a tarde da terça-feira.
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A modelo argentina Valeria Mazza é mestre de cerimônias no encontro dos prefeitos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU