23 Março 2015
Nos ambientes mais próximos ao Papa João Paulo II, por ocasião das viagens internacionais, em particular as que ele fez quando a sua saúde ainda era boa e forte, dizia-se muitas vezes com referência aos momentos em que estava previsto um contato estreito com os fiéis e os peregrinos: "Cuidado com as irmãs, por favor!".
A reportagem é de Luis Badilla, publicada por Il Sismografo, 22-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A memória veio à nossa mente nesse sábado, quando, como muitos outros, vimos as religiosas contemplativas autorizadas a se aproximarem do Papa Francisco no encontro na catedral de Nápoles, evento imortalizado com dezenas de fotografias e filmagens que, há 24 horas, circulam como uma avalanche na rede.
Será lembrada a reação do cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo de Nápoles, quase forçado a pedir que as religiosas moderassem o seu entusiasmo e a sua alegria, exclamando em napolitano: "Irmãs, temos o que fazer" (...) "E menos mal que estas são de clausura, imaginemos as outras".
Com João Paulo II, foram registrados muitos episódios semelhantes, e quase todos tinham a mesma característica: desejo irreprimível das religiosas, e não só, de tocar o papa, de tocar ao menos a barra da sua batina, como Marcos conta no capítulo 5 sobre uma mulher doente que "tinha ouvido falar de Jesus e foi no meio da multidão, aproximou-se de Jesus por trás e tocou na roupa dele, porque pensava: 'Ainda que eu toque só na roupa dele, ficarei curada'".
A memória pessoal de muitos colaboradores do Papa Wojtyla recorda que. em mais de uma ocasião, o pontífice voltou para a nunciatura com o hábito branco rasgado em vários lugares. Até mesmo durante uma viagem a um país asiático, João Paulo II teve a parte superior das calças inteiramente desfiada depois de um encontro com inúmeras religiosas.
A partir daquele dia, entre aqueles que tinham a tarefa de proteger o papa, dizia-se de boca em boca: "Por favor, fiquemos atentos às religiosas!".