Por: André | 18 Novembro 2014
O cardeal nicaraguense Leopoldo Brenes pediu, no sábado passado, ao governo para dialogar com as comunidades camponesas que protestam há quase dois meses contra o projeto de construção de um canal interoceânico que ameaça desalojar parte das suas terras. “Muitos dos que estão fazendo esses protestos não foram ouvidos e não tiveram a oportunidade de expressar suas inquietações” e “creio que é muito importante escutá-los”, afirmou Brenes a jornalistas após um ato.
Fonte: http://bit.ly/1u3mlYL |
A reportagem é do Portal Terra, 15-11-2014. A tradução é de André Langer.
Milhares de camponeses que vivem ao longo da estrada escolhida pela empresa chinesa HKND para construir um canal de 278 quilômetros entre o Pacífico e o Caribe sul do país protestam desde setembro passado contra as pretensões do governo de expropriar suas propriedades.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, no sábado, mais de 2.000 pessoas se manifestaram contra o megaprojeto na ilha Ometepe do Lago Cocibolca, a maior fonte de água doce da América Central, que será atravessado pelo canal.
Outra marcha similar foi registrada na sexta-feira, dia 14 de novembro, no município de Nueva Guinea, no Caribe sul, na qual a população pediu a expulsão dos chineses e questionou o presidente, Daniel Ortega, por apoiar o projeto.
Às vezes essas reivindicações “têm muito valor (...) Hoje necessitamos mais do que nunca fortalecer o diálogo em todos os níveis em nosso país”, disse Brenes, atual arcebispo de Manágua.
O líder religioso referiu-se aos protestos após receber o doutor honoris causa da Universidade de Ciências Comerciais (privada).
O governo outorgou, no ano passado, à empresa HK Nicaragua Development Investment (HKND) a concessão para a construção e operação do canal durante 50 anos, prorrogáveis por um período igual, que requererá um investimento de mais 50 bilhões de dólares.
A construção, que durará de cinco a 10 anos, deverá começar em dezembro com um porto na costa do Pacífico sul, passará pelo Lago Cocibolca e terminará no Mar do Caribe, anunciou em julho passado a empresa chinesa.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Cardeal nicaraguense pede ao governo para atender protestos contra o canal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU