07 Abril 2014
“A dívida pública é atualmente um dos “principais alimentos do capitalismo”, favorecendo a concentração de renda no setor financeiro e aumentando ainda mais o seu poder”, constata Maria Lucia Fattorelli. “O que mata não é o tamanho da dívida, mas a taxa de juros, que faz com que essa dívida tenda a crescer sempre. Apesar de todo o esforço do setor público em pagar, ele não consegue”, diz, peremptório, o economista Amir Khair. Ou seja, como afirma Ivo Poletto, o “Brasil se mantém como um dos pilares da especulação financeira globalizada”.
O endividamento do Estado, suas causas e implicações é o tema em debate na edição da IHU On-Line desta semana.
Um panorama sobre as principais dúvidas acerca da dívida pública e correlatos é descrito com a colaboração do economista Rodrigo Vieira de Ávila, da Auditoria Cidadã.
Adriano Benayon, economista e consultor, trata das implicações da internacionalização do capital como uma das consequências para o endividamento.
O economista e consultor fiscal Amir Khair explica como as altas taxas de juros cobradas no Brasil tornam-se o principal freio da economia nacional.
Assessor de pastorais e movimentos sociais, Ivo Poletto relata as implicações sociais da fidelidade no pagamento da dívida em nome de uma dita “governabilidade”, sacrificando recursos da saúde, da cultura e da previdência.
Maria Lucia Fattorelli, auditora fiscal da Auditoria Cidadã, detalha a construção de um “sistema da dívida”, que, ao invés de aportar recursos, onera e subjulga o Estado frente ao setor privado.
O economista Wilson Cano critica o encolhimento do Estado brasileiro na política neoliberal, que deixou o Brasil de mãos atadas ante os grandes dilemas econômicos.
João Sucupira, economista e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, trata da formação e manutenção da dívida dos estados.
Guilherme Delgado, economista e consultor, expõe que a dívida é um sintoma do padrão de subdesenvolvimento. Assim, há urgência de o Brasil romper com a dependência externa de um modelo agroexportador.
Completam a edição as entrevistas com a historiadora Cristina Wolff, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, sobre as lutas feministas durante a ditadura militar.
A técnica como segunda natureza humana no pensamento de Jacques Ellul é o tema da entrevista com Jorge David Barrientos-Parra, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP.
O professor estará na Unisinos nesta quarta-feira, participando do III Seminário em preparação para o XIV Simpósio Internacional IHU: Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea, a ser realizado nos dias 21 a 24 de outubro de 2014.
A revista IHU On-Line estará disponível no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU nesta segunda-feira, a partir das 17h, nas extensões html, pdf e em ‘versão para folhear’.
A edição impressa circulará no campus da Unisinos na terça-feira, a partir das 8h.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!
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Dívida pública. Quem ganha? Quem perde? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU