14 Janeiro 2014
O Vaticano pode alegrar-se pela grande quantidade de material que chegará da Áustria em preparação ao Sínodo. Além de outras dioceses, da Ação Católica e da Juventude Católica, também das duas plataformas eclesiais.
A reportagem é de Katholische Presseagentur Österreichin, publicada no portal Kathweb, 10-01-2014. A tradução é de Benno Dischinger.
“Nós somos Igreja” e “Iniciativa leigos” conduziram uma inquirição na base do questionário romano que foi enviado no fim de novembro. O sínodo dos bispos sobre matrimônio, família e sexualidade se realizará em outubro no Vaticano.
Responderam às perguntas on line 3.931 “católicos pela reforma da Igreja” e outras 105 pelo correio, declarou Margit Hauft, presidente da Iniciativa leigos, sexta-feira, a uma conferência de imprensa em Viena. “A práxis contradiz a doutrina”, assim retomou os resultados Peter Hurka, presidente de “Nós somos Igreja”. O ensinamento da hierarquia católica sobre matrimônio, família e sexualidade aparece, para a maioria das pessoas consultadas (54%) como efetivamente “conhecida nas linhas de fundo”, mas para 56% deles aparece como um tanto ou absolutamente “não compreensível”. Mais de dois terços das pessoas (73%) a definiram como “não útil” e para 68% seria “não atuável”. Mais de 80% das pessoas consultadas declararam que o ensinamento da Igreja sobre matrimônio, família e sexualidade “não é utilizável por todos e em toda situação”, “é muito unilateral” e “decididamente longe do mundo, longe da realidade”.
Se a Igreja continuar a sustentar tal ensinamento, a disponibilidade em relação ao mesmo não aumentará: disto estão convencidas 91% das pessoas consultadas. Para outras tantas é, além disso, importante que a Igreja “acolha também aquelas pessoas que por qualquer motivo não retêm que devem seguir o ensinamento da Igreja sobre sexualidade, matrimônio e família”.
84% das pessoas consultadas indicaram que, sobretudo os fiéis que vivem um segundo matrimônio “continuam a sentir-se excluídos” por causa da doutrina da Igreja. Isto os faz sofrer, disseram 76% das pessoas. 94% pedem um comportamento diverso diante destes fiéis. Deveriam, “como todos os outros pecadores, poder participar da vida da Igreja”. 80% especificam, além disso, que os fiéis que vivem um segundo matrimônio devem poder participar também da vida sacramental.
Também a conduta da Igreja perante casais do mesmo sexo foi julgada antes negativamente pela maior parte das pessoas consultadas. 67% disseram que as convivências homossexuais são ignoradas pela Igreja ou realmente tratadas “sem amor”. O inquérito mostra, além disso, que as regras da Igreja relativas à contracepção não tem sido aceitas, como disseram 76% dos que receberam o questionário. 75% afirmaram que isso não é quase nunca ou nunca confessado e que não obstante se vai à comunhão. Complexivamente participaram do inquérito 4.036 pessoas, dos quais 2.799 leigos e 103 expoentes do clero. Além disso, foram expressos quase 7.000 comentários na sondagem não representativa.
Mais da metade das pessoas consultadas (51,75%) eram do sexo masculino. Ulrich Jordis, membro do comitê diretivo da Iniciativa leigos fez notar a alta participação de acadêmicos de nível superior, que chegou a 55%. 77% das pessoas consultadas se definiram, além disso, “amplamente” ou “um pouco” instruídas em âmbito teológico. “Isto faz refletir sobre a qualidade das respostas”, afirmou Jordis. Num próximo passo, os resultados serão transmitidos aos bispos, mas também ao Papa, disse Hauft. “Também esperamos muito que os resultados das dioceses sejam publicados”. Porque precisamente a conduta havida com o questionário será uma “prova dos nove pelo modo de entender o próprio cargo” da parte dos bispos. É hora, se diz, que estes últimos saiam da “zona de segurança”, “ponham as cartas na mesa” e sejam disponíveis às solicitações dos fiéis.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
4000 “católicos pela reforma da Igreja” responderam ao questionário - Instituto Humanitas Unisinos - IHU