09 Janeiro 2014
O vigário geral da diocese de Concepción, Dom Páblo Cáceres, disse no dia 06-01-2014 que o governo de Horacio Cartes não tem feito outra coisa senão defender os interesses dos proprietários de terras no norte do país e que as forças conjuntas que operam em nome do autodenominado “Exército do Povo Paraguaio – EPP” vem reprimindo as pessoas humildes.
A reportagem foi publicada pelo jornal La Nación, 07-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Em entrevista concedida ao site Ecoradiotv.com, o religioso qualificou as forças de segurança do Estado como defensoras dos proprietários de fazendas e pediu que o Estado se encarregue das vítimas “colaterais” resultantes da estratégia de segurança para dar fim a um grupo guerrilheiro nesta região do país.
“Os militares e a polícia defendem os interesses dos proprietários de terras e protegem a quem viola nossa soberania. Eles não estão a serviço de proteger nossas fronteiras, mas sim para entregá-las aos estrangeiros que invadem. Protegem as vacas, a soja, porém não os direitos dos seres humanos”, afirmou o religioso. Disse ainda que os militares têm seu posto de trabalho na propriedade privada dos Lindstrons e que a polícia o tem na propriedade dos Mary Llorens.
O prelado também pediu pela indenização das vítimas inocentes que pagaram com suas vidas na operação das forças de ordem durante a busca de grupos marginalizados. A Força de Operações da Polícia Especializada – FOPE comete barbaridades, atropela e mata pessoas da comunidade. Cria problemas. Arrombam casas, matam animais e até mesmo pessoas, como o jovem Agustín Ledesma – que era surdo-mudo – e Francisco Denis, líder da Igreja de sua localidade. Estes crimes ficaram impunes”, falou Dom Páblo Cáceres.
Dom Cáceres disse: o grupo que trabalha sob o nome Exército do Povo Paraguaio – EPP não são guerrilheiros, mas simples “criminosos” e que existem organizações sociais tradicionais cujas reinvindicações sociais estão sendo criminalizadas por causa da existência da EPP. Por fim, pediu que o Estado não pare com a distribuição de artigos de primeira necessidade, como chamou os mantimentos e insumos para a agricultura, já que “ali não termina o combate à pobreza”.
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Presidente do Paraguai protege apenas os interesses dos proprietários de terras, diz bispo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU