07 Dezembro 2013
"Os resultados da última pesquisa Datafolha mostram que caminhamos para o terceiro pleito presidencial sob o signo da polarização social. A dianteira que a candidata lulista tem sido capaz de manter está sustentada sobre o voto dos mais pobres, sendo nítida a desvantagem que leva entre as camadas de maior renda", analisa André Singer, cientista político, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 07-12-2013.
Segundo ele, "passados três anos de governo, os eleitores da área superior de ingresso parecem ter feito um giro completo para voltar ao mesmo lugar de onde saíram. Primeiro houve um encantamento com a presidente, quem sabe pela imagem da faxina. Depois veio a decepção, talvez em função do efeito combinado do julgamento da ação penal 470 e de alguma deterioração econômica. Por fim, voltou a rejeição, que já é marca registrada desde 2005"
"Enquanto isso, - continua - os mais pobres ficaram alinhados ao lulismo. É certo que durante os acontecimentos de junho houve uma retração temporária no segmento fiel. Logo depois das manifestações, Dilma sofreu uma queda de 20 pontos percentuais na intenção de voto entre os mais pobres. Porém, após quatro meses, recuperou 70% deles, enquanto que só cerca de 30% dos que dispõem de maior riqueza voltaram a apoiar a presidente após afastar-se. A previsão de que a perda de sustentação ocorrida no bojo dos protestos seria apenas um soluço vai se confirmando na base da pirâmide".
Para o cientista político, "mantida a tendência atual, com Marina no lugar de Campos, Dilma chegará em primeiro lugar no domingo, 5 de outubro, mas haverá segundo turno. As incógnitas giram em torno de quem será o adversário do lulismo no último round e o quanto ele ou ela conseguirá reter dos votos dado ao terceiro colocado".
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A força do lulismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU