18 Novembro 2013
No dia 13 de junho de 2003 a Lei 10.688 institucionalizou o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGMs) no País. A decisão ainda hoje é polêmica. Ativistas alertam para a permissividade e os riscos da transgenia; já os defensores acreditam que as leis restritivas impedem o Brasil de ser protagonista no uso da tecnologia. Dez anos depois, a revista IHU On-Line convida pesquisadores e pesquisadoras, professores e professoras para debater a questão que continua extremamente atual.
Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo assessor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra-RS, avalia a entrada e permanência das sementes transgênicas no Rio Grande do Sul e seus impactos na agricultura nacional.
Professor da USP e relator do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Marcos Silveira Buckeridge defende a pesquisa com OGMs para que o Brasil possa criar um futuro próprio, e não navegar naquele criado pelas pesquisas de outros países.
Arnaud Apoteker, ativista do Greenpeace por mais de 20 anos e representante dos Greens no Parlamento Europeu, defende que a força das manifestações ambientalistas “obriga” a mídia a discutir os transgênicos e levanta o debate em toda a sociedade.
Juliana Dantas de Almeida, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, é responsável por uma pesquisa que isola a proteína transgênica na planta, mas argumenta que os OGMs são benéficos às pessoas humanas e não são algo a ser combatido.
Sérgio Sauer, professor da Universidade de Brasília – UnB, e colaborador da ONG Terra de Direitos, defende que o discurso que vende os transgênicos como alternativa para o aumento da produtividade são apenas promessas vazias, e acabar com a fome nunca foi uma preocupação real da indústria.
Pesquisador e agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná, Moacir Darolt aborda as iniciativas e os desafios do consumo e da produção alternativa convencional, orgânica ou agroecológica, e ressalta que apenas 5% dos brasileiros podem ser considerados consumidores conscientes.
Por fim, Elizabeth Bravo, da Universidade Andina Simón Bolívar relata a experiência e o desafio equatoriano de manter o país 100% livre de milho transgênico. Complementa esta edição uma reportagem que contextualiza e condensa as discussões sobre transgênicos nesta década.
Completam esta edição as entrevistas com Giovanni La Manna, jesuíta, responsável pelo Centro Astalli para refugiados, em Roma, que avalia a insustentabilidade da situação dos refugiados na Itália. Por sua vez, a filósofa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Cinara Nahra reflete eticamente sobre os estudos em neurociência.
Encerram a publicação entrevistas com o professor da Unisinos, Castor Bartolomé Ruiz, e a pesquisadora da Universidade de Oxford, Olívia Sheringam. O primeiro debate o pensamento de Foucault sobre a construção da verdade e suas relações com o poder. Já a segunda investiga o avanço das religiões brasileiras em solo britânico.
A revista IHU On-Line estará disponível nesta página, segunda-feira, a partir das 17h, nas versões HTML, pdf e em ‘versão para folhear’.
A versão impressa circulará no campus da Unisinos, terça-feira, a partir das 8h.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!
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Transgênicos no Brasil. 10 anos depois e o debate continua - Instituto Humanitas Unisinos - IHU