30 Outubro 2013
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) afirmou nesta terça-feira (29) que faltam interlocutores ao movimento dos “black blocs” para que o governo consiga compreender o fenômeno. Disse, contudo, que há interesse em diagnosticar os grupos adeptos dessa prática, que usa o confronto com as forças policiais e a destruição de agências bancárias, lojas e prédios públicos como forma de protesto.
A reportagem é de Tai Nalon e publicada pelo jornal portal Uol, 29-10-2013.
“Trata-se de um fenômeno social que nós, para podermos ter uma atuação eficaz, nós temos de ter um diagnóstico mais preciso. Nos falta até agora esse diagnóstico mais preciso. Estamos acelerando isso, estamos em diálogo com a polícia, com as autoridades dos Estados, estamos buscando e também com a sociedade, com movimentos juvenis. Porque a simples criminalização imediata, ela não vai resolver”, disse o ministro.
Segundo ele, o governo está “preocupadíssimo” com a questão e procura entender “até que ponto a cultura de violência vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação”.
“Um dos problema é essa dificuldade de ter interlocutores que possam e que queiram inclusive dialogar. Que a linguagem aparente –e insisto, aparente– é muito da destruição, da negação. Agora, nós precisamos de alguma forma ter uma ponte, nós estamos buscando com muita força esse diálogo, para que a gente possa achar uma saída eficaz. Só reprimir, a repressão é necessária, mas só reprimir não vamos resolver na profundidade o problema. É como nas manifestações de junho”, continuou Carvalho.
Para o ministro, a sociedade está refém do movimento e voltou a se afastar das ruas por medo da violência propagada pelo grupo. “A nós causa um grande espanto. Veja a dificuldade: em junho nós tínhamos dificuldade de entender as manifestações. E aí nós conseguimos um diálogo. Agora, um outro momento, que é essa questão dos ‘black blocs’. Nós vamos ter de chegar a isso.”
No último dia 27, pesquisa Datafolha revelou que 95% dos paulistanos desaprovam a atuação dos “black blocs”. A sondagem foi feita com 690 pessoas e a margem de erro máxima da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Quanto maior a faixa etária, maior a reprovação aos métodos dos “black blocs”. Assim, se 87% dos jovens de 16 a 24 anos os desaprovam, entre os mais velhos (60 anos e mais) o índice atinge virtualmente a totalidade dos entrevistados (98%).
Quando se pergunta se as manifestações foram mais violentas do que deveriam ser, violentas na medida certa ou menos violentas do que deveriam ser, três quartos (76%) dos paulistanos cravam a primeira alternativa: mais violentas do que deveriam ser.
Apenas 15% julgam que os manifestantes foram violentos na medida certa e 6%, menos violentos do que deveriam ser.
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Governo admite não ter compreendido ‘black blocs’, mas busca diálogo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU