13 Julho 2013
Um dia depois de manifestações terem fechado estradas e ruas pelo país em protestos, as centrais sindicais classificaram o Dia Nacional de Luta como “um sucesso”, admitiram que não têm ingerência sobre entidades acusadas de pagar claque para engrossar o ato e prometeram protesto em agosto. Em reunião na manhã desta sexta-feira, entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Conlutas não souberam estimar quantas pessoas levaram às ruas. Para elas, muitas pessoas protestaram ao não comparecerem ao trabalho.
"Nossa manifestação tem natureza distinta (das realizadas por jovens em junho). Ontem, buscamos parar fábricas e empresas, pois a participação dos trabalhadores é para mexer com a estrutura econômica do país. Essa é a força da nossa manifestação, não é a quantidade de pessoas que foram para as ruas. Fizemos uma escolha, que foi priorizar as paralisações. Essa escolha não é compatível com levar todas as pessoas para a mesma manifestação. Um operário que para de madrugada não vai ficar até as 15h na Avenida Paulista. A importância não se mede na quantidade de pessoas nas manifestações", disse José Maria de Almeida, presidente da Conlutas.
A reportagem é de Marcelle Ribeiro e publicada pelo portal do jornal O Globo, 12-07-2013.
As principais centrais sindicais do país prometem fazer um dia nacional de paralisação no dia 30 de agosto, caso as conversas com o governo federal para atender a uma lista de demandas trabalhistas não avancem o suficiente nas próximas semanas.
"Foi um sucesso a paralisação, até atividades que nós não esperávamos aderiram à paralisação. Foi importante para mostrarmos bandeiras históricas dos trabalhadores. Vamos agora dar prazo para que o governo cumpra as reivindicações e para voltar as negociações a sério. Se o governo não nos chamar para conversar, teremos o Dia Nacional de Paralisação, em 30 de agosto, que pode se transformar em greve geral", disse o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Questionado sobre o pagamento para que pessoas comparecessem ao ato das centrais na quinta-feira na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que nenhuma central sindical orientou sindicatos para dar dinheiro a jovens que foram ao protesto.
"São dezenas, centenas de sindicatos filiados às centrais sindicais em São Paulo. E as centrais sindicais não têm ingerência na soberania de cada sindicato. Os sindicatos levam militantes, diretores e ativistas da forma que acham mais conveniente. Tem sindicato que acha que é importante pagar refeição e condução para as pessoas que vão ao ato de madrugada", disse Patah, afirmando que ninguém pagou para pessoas passarem “o dia” no protesto.
Patah disse que vai buscar saber “com profundidade” sobre as denúncias de pagamento a claque para engrossar o protesto, mas afirmou que não vai desfiliar sindicatos.
As centrais disseram estar unidas em torno das reivindicações por jornada de trabalho de 40 horas, fim do fator previdenciário, 10% dos investimentos do PIB em educação, fim de terceirização, reforma agrária e política salarial para os aposentados.
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Centrais sindicais dizem que manifestações foram um ‘sucesso’ - Instituto Humanitas Unisinos - IHU