Por: Cesar Sanson | 18 Junho 2013
A manifestação por melhores condições de vida em Belém reuniu mais de 13 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, nesta segunda-feira (17). A multidão entoava em uma só voz os gritos de protesto: "Vem pra rua!"; "A rua é nossa"; "Sem vandalismo". A passeata avançou pela avenida Almirante Barroso até o Entroncamento sem conflito com os agentes de diversos órgãos de segurança que acompanharam o ato, que teve início às 18h e encerrou pouco depois de 21h.
A reportagem é de Gil Sóter e Natália Mello e publicada pelo portal G1 Pará, 17-06-2013.
O manifesto terminou no trevo que dá acesso aos balneários do distrito de Belém e também à rodovia BR-316, única via de entrada e saída da capital. Os manifestantes convidavam as pessoas dos prédios a descerem para as ruas e participarem do protesto. Em clima de celebração, nem a chuva que caiu na capital paraense impediu que a maioria das pessoas seguissem em passeata.
A passeata realizada em Belém reuniu diversas causas e grupos. Entre as bandeiras erguidas, feministas, estudantes, movimento LGBT, grupos de skatistas e pessoas que pediam mais segurança para pedalar nas ruas da cidade. Na pauta, críticas à construção da Usina de Belo Monte, aos gastos em obras para a Copa do Mundo, repúdio à Proposta de Emenda Constitucional 37, gritos contra a homofobia e o Estatuto do Nasciturno.
“Na reunião da passeata eu vi tanta gente, gente mais nova gente mais velha, que militou nos anos 80 e resolveu aderir. É a primeira vez que tanta gente diferente sai às ruas. Estamos de parabéns. A passeata pretende acordar as pessoas, para nos darmos conta de que podemos fazer algo. A primeira coisa é ir para as ruas, porque quem deveria fazer por nós que são os políticos não fazem. A partir daí, cada grupo reivindica uma pauta específica, mas acordar é o primeiro passo. Podemos mudar”, disse Ricardo Silva.
Ao chegar no ponto final do trajeto, os manifestantes sentaram na pista da BR-316, em frente ao monumento da Cabanagem - movimento popular emblemático na história do Pará, ocorrido no século 19, que culminou na tomada do poder da província do Grão Pará por grupos populares.
Sentados na pista, o grupo repetia as palavras de Ricardo Silva, um dos organizadores do evento. "Estamos escrevendo uma nova história do país. Estamos todos de parabéns, e de parabéns também está a PM do Pará, que não disparou nenhuma bala de borracha".
Silva fez a convocatória para um novo ato na próxima quinta-feira (20), com trajeto e locais de concentração ainda por serem definidos. "A pauta vai ser Passe Livre. O trabalhador tem direito ao transporte público gratuito", declarou à multidão, que encerrou o ato cantando o hino nacional.
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Manifestação em Belém protesta contra Belo Monte, gastos para a Copa do Mundo e PEC 37 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU