Paulo VI (João Batista Montini) (foto), o Papa que conduziu três das quatro sessões do Concílio Vaticano II e que dirigiu a Igreja no difícil período pós-conciliar, poderá ser proclamado beato em 2013.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicado no sítio Vatican Insider, 12-10-2012. A tradução é do Cepat.

Nas últimas semanas, o congresso de teólogos da Congregação para as Causas dos Santos, depois de ter examinado a “Positio”, com os documentos do processo canônico, expressou seu voto favorável, sem nenhuma objeção. No próximo dia 11 de dezembro, os cardeais e os bispos, que fazem parte desta Congregação, vão se expressar a esse respeito. Considerada a posição favorável dos teólogos, o sinal verde dos cardeais é considerado altamente provável.

Desta forma, durante o próximo consistório para os decretos sobre as beatificações e as canonizações (previsto para antes do Natal), Bento XVI poderá promulgar o decreto que reconhece as “virtudes heroicas” do Papa Montini, para marcar o final do processo. Para a cerimônia de beatificação, faltaria apenas o reconhecimento de um milagre por intercessão do candidato aos altares. No caso de Paulo VI, o postulador da causa, o padre Antonio Marrazzo, já selecionou, entre as indicações de graças recebidas, um caso de cura que é, segundo os primeiros exames, “inexplicável”. O presumível milagre está relacionado à cura de um feto, ocorrida 16 anos atrás, na Califórnia.

Durante a gravidez, os médicos encontraram graves problemas no feto e pelas consequências em nível cerebral, que acontecem nestes casos, os médicos sugeriram que a única possível solução era o aborto. A mulher não escutou o conselho dos médicos e pediu a intercessão de Paulo VI, o Papa que em 1968 escreveu a encíclica “Humanae vitae”. A criança nasceu sem nenhum problema, contudo, para constatar que não havia nenhuma consequência, os médicos esperaram que ela completasse 15 anos. Embora formalmente o “processo super miro”, a investigação vaticana sobre o milagre, começará depois da proclamação das virtudes heroicas, a documentação coletada é tal que os trâmites podem ser rápidos.

Bento XVI acompanhou de perto o desenvolvimento da causa do predecessor, que lhe nomeou arcebispo de Munique, na Baviera, e cardeal. Depois de ter proclamado João Paulo II beato, agora Bento XVI espera poder fazer o mesmo com Montini. Um Pontífice que após conduzir para um bom caminho o Concílio, com o “milagre” da aprovação praticamente unânime de seus documentos, foi testemunha da época argumentativa pós-conciliar, durante a qual nunca deixou de sublinhar, com discursos e encíclicas, o Credo da Igreja, defendendo com vigor o que havia indicado o Concílio Vaticano II.

Além do processo de Paulo VI, também segue em curso a causa de beatificação de João Paulo I (o “Papa do sorriso” que goza de uma enorme fama de santidade em todo o mundo). Ao mesmo tempo, como pode ser lembrada, a causa de Pio XII foi concluída em dezembro de 2009, com a promulgação do decreto sobre as “virtudes heroicas”, mas não foi identificado nenhum milagre para submetê-lo à análise da Congregação para as Causas dos Santos, dirigida pelo cardeal Angelo Amato.