22 Setembro 2012
A recuperação do mercado de trabalho no pós-crise foi marcada não apenas pela redução do desemprego no País, mas também pela formalização das vagas existentes. A Pnad de 2011 mostrou um salto de 11,8% no número de trabalhadores com carteira assinada, o equivalente à criação de 3,6 milhões de novos empregos formais em relação a 2009, informou o IBGE.
"A partir de 2005, a gente tem processo de aumento na carteira assinada. Houve redução do avanço em 2009 (ano da crise internacional), mas apenas diminuiu o ritmo, porque a formalização continuou em alta", lembrou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A reportagem é de Daniela Amorim e Fernando Dantas e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22-09-2012.
O contingente de trabalhadores ocupados com carteira foi estimado em 33,9 milhões, 74,6% dos deles empregados do setor privado. Em 2009, essa porcentagem era de 70,2%. "De fato foi um avanço muito grande diante do quadro que tínhamos anteriormente", reconheceu José Carlos Braga, professor do Instituto de Economia da Unicamp.
Para o analista, a melhora no mercado de trabalho deve-se ao aumento dos investimentos no País a partir de 2004, mas também aos programas de transferência de renda e aos esforços pelo aumento real do rendimento dos trabalhadores que aqueceram a economia nos últimos anos.
A taxa de desemprego em patamares muito baixos contribui para melhorar a qualidade do trabalho, segundo José Márcio Camargo, professor de economia na PUC-Rio. "Outra razão importante foi o aumento da oferta de crédito na economia. Se você vai ao banco e comprova a renda, consegue tomar um empréstimo. Isso provoca um incentivo aos trabalhadores para escolher empregos formais. O benefício de ter a carteira assinada aumenta muito", avaliou Camargo.
Pela primeira vez nos dados da Pnad, as regiões Sul e Sudeste apresentaram mais de 80% dos empregados do setor privado com carteira assinada em 2011. O aumento na formalização ocorreu em todas as regiões brasileiras, embora o número de empregados formais esteja abaixo de 60% no Norte e Nordeste.
A tendência de formalização do mercado de trabalho alcançou também os trabalhadores por conta própria e os empregadores, apontou o IBGE. O porcentual de trabalhadores por conta própria com registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) aumentou 1,6 ponto porcentual entre 2009 e 2011 (de uma participação de 14% para 15,6% do total do emprego por conta própria), ao passo que o montante de empregadores regularizados subiu de 68,4% para 75,5%.
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Cresce 11,8% número de trabalhadores com carteira assinada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU