28 Agosto 2012
A passagem da tempestade tropical “Isaac” pelo Haiti neste sábado (25/08) provocou muita destruição no país, que ainda se recupera da devastação causada pelos terremotos de 2010. Organizações de direitos humanos manifestaram preocupação com a falta de estrutura institucional do governo haitiano para lidar com o acidente.
A informação é do sítio Opera Mundi, 25-08-2012.
Pelo menos 3 mil voluntários do Escritório de Proteção alertaram à população em relação aos riscos de inundação e deslizamento durante o dia e cerca de 1,2 mil abrigos foram oferecidos aos desalojados por escolas, igrejas e centros comunitários, conforme informaram autoridades locais.
Apesar disso, o primeiro-ministro haitiano, Laurent Lamothe, admitiu que o país tem “meios limitados” para assegurar a segurança de sua população e funcionários da Cruz Vermelha alertaram que os números oferecidos pelas autoridades podem estar errados.
Por esta razão, representantes de organizações de ajuda humanitária no Haiti tentaram evacuar milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade e agora, oferecem ajuda as vítimas da tempestade. A missão de paz das Nações Unidas no país também se uniu ao esforço e revelou que mais de 1,2 mil pessoas estão em situação de emergência na capital haitiana, Porto Príncipe.
"Caíram muitas árvores e postes de luz. As portas dos alojamentos foram arrancadas e houve muito destelhamento. Estamos agora reinstalando as antenas de rádio para retomar as comunicações. A internet não está funcionando. Tivemos um prejuízo razoável", disse o tenente-coronel Rubens Costa Neto, porta-voz de um dos batalhões brasileiros no Haiti.
Os principais afetados pela forte tempestade deste sábado (25/08) foram as 400 mil pessoas que ainda vivem em campos de alojamento por conta dos terremotos de 2010. Esses haitianos, que perderam suas casas há dois anos, tiveram suas precárias tendas destruídas pelo “Isaac”.
De acordo com reportagem do The Guardian em um dos campos devastados, nenhuma autoridade ou organização chegou ao campo para prestar auxílio aos moradores. Alguns residentes disseram que não sabem para onde ir nem o que devem fazer agora. “Ninguém veio aqui para nos ajudar”, disse com indignação um dos desabrigados. “Nós ainda estávamos aqui quando a tempestade destruiu as tendas. Não tem nenhum lugar para ficarmos”.
As organizações de ajuda humanitária também temem que a tempestade reinicie a epidemia de cólera no país, que já matou mais de 7,5 mil pessoas desde outubro de 2010.
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Haiti: vítimas dos terremotos de 2010 foram as mais afetadas por tempestade tropical - Instituto Humanitas Unisinos - IHU