24 Novembro 2011
Os bispos católicos da África do Sul se preparam para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudança Climáticas (COP-17) que será realizada em Durban, entre os dias 28 de novembro a 9 de dezembro. E fazem isso, como escreve o L`Osservatore Romano, considerando-a como uma oportunidade para refletir sobre o modo "pela qual Deus nos chama a ser protetores da criação" e, ao mesmo tempo, um estímulo a uma "mudança de mentalidade" que realmente incida sobre os estilos de vida.
A reportagem é do sítio Vatican Insider, 22-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em uma carta pastoral assinada pelo arcebispo de Joanesburgo, D. Buti Joseph Tlhagale, presidente da Conferência dos Bispos da África do Sul (que também reúne os prelados de Botsuana e da Suazilândia), evidencia-se "a urgência" da questão das mudanças climáticas e aspira-se a um resultado positivo da conferência, especialmente no que diz respeito às decisões relacionadas a uma diminuição das emissões poluentes.
No documento – que nestes dias foi lido em todas as paróquias católicas do país –, salienta-se que todo o planeta está hoje seriamente "ameaçado" pelas mudanças climáticas, provocadas, ou também artificialmente aceleradas, pelas atividades humanas: com a produção dos mortais "gases do efeito estufa".
Para os bispos, essa crise global do clima representa um "grande desafio espiritual" dirigido a todos os cristãos, mas também aos crentes de outras religiões e a todas as pessoas de boa vontade, já que ela "é a consequência da destruição da criação de Deus, à qual todos, de um modo ou de outro, participamos". Uma situação que "requer uma mudança de mentalidade e uma mudança no estilo de vida para reduzir a nossa dependência de combustíveis fósseis como carvão e petróleo".
Os prelados sul-africanos, continua o L`Osservatore Romano, apelam, portanto, a todas as comunidades paroquiais, aos grupos, às organizações, assim como aos fiéis comuns, para que todos façam a sua parte para contribuir com a redução das emissões de "gases do efeito estufa". E convidam os proprietários de terras a incentivar o plantio de árvores para favorecer uma maior absorção do dióxido de carbono, incentivando a agricultura orgânica para reduzir o uso de produtos químicos e fertilizantes.
Dos bispos, veem também o apelo para que a população encoraja e pressione o governo da África do Sul (que presidirá a conferência de Durban) a tomar decisões corajosas, levando em conta que "o desenvolvimento econômico não pode ser baseado só nas necessidades econômicas imediatas, mas também na necessidade de sobrevivência das gerações futuras".
Em particular, pede-se ao governo – a África do Sul está no 13º lugar no ranking das nações com as maiores emissões de dióxido de carbono – que se torne promotor no foro internacional de objetivos mais ambiciosos no que se refere à produção de energia renovável (com a progressiva diminuição da dependência do carvão e da energia nuclear) e à contenção das emissões globais de "gases do efeito estufa", de modo que o aumento da temperatura terrestre permaneça abaixo do limite de 1,50 C.
Por fim, o convite à oração para o êxito positivo da conferência: "Senhor, perdoai-nos. Ajudai-nos a modificar os nossos estilos de vida e a nos tornarmos administradores mais responsáveis dos bens a nós confiados, levando em conta, também, as necessidades das gerações futuras".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
As mudanças climáticas de acordo com os bispos da África do Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU